Eu sou aquela que a trará de volta! (T1 Ep.19-14) Final da Temporada


Foi um ano e tanto. Descobri uma faceta minha completamente diferente do modo como me conhecia, mais forte, mais confiante, mais determinada. Descobri que nas impossibilidades está a beleza do alcance, só tens de ser corajosa o suficiente para tentar.
Descobri o amor, na sua forma estranha de ser… Mikhael! A um segundo de distância, tão próximo como poderia ser e, quando não o sinto, parece uma eternidade entre nós. Como desejo que estive aqui…
Monic: Boa Rose! Desinibiste-te completamente, foi incrível o teu desfile!
Rose: Ainda não sei como fiz aquilo, estou a tremer…
Dianne: Só falta mais uma entrada. – Piscou-me o olho e antes de seguir atrás da Sofie acrescentou. – Vai correr tudo bem!
A Kat Rose Fashion é agora uma realidade, foi um longo percurso, envolveu muito trabalho, mas estamos apenas no início, muito mais há a fazer, muito mais há a partilhar, muito mais há a crescer e a aprender…

Está a ser uma noite épica e, ao ver tanta gente a apoiar-nos, sinto-me maravilhosa. No entanto continuo um pouco nervosa.
Com a última entrada da Joan reunimo-nos todas no palco, um último desfile de agradecimento.
Sofie: Uau! Foi fantástico.
Dianne: Nós conseguimos.
Charlie: Meninas! Parabéns, estiveram muito bem!
Rose: Obrigado Charlie.
Charlie: O Richard comunicou que já estão preparados nas tendas do “After Party”. Mudem-se para irmos até lá.
Rose: Ok! Meninas, vou só ao quarto de banho, preciso de me refrescar.
Dianne: Nada de te acobardares agora. Ninguém nos vai reconhecer, vamos nos divertir e aproveitar esta noite maravilhosa.
Rose: Está bem! Já vos encontro no camarim.
A Joan pouco ou nada disse durante a noite, sorriu cordialmente e fez uns desfiles fantásticos, mas manteve-se muito serena, o que numa noite destas, de festa, não era dela.
Dianne: Estás bem Joan? Não dizes nada, nem parece teu!
Joan: Hum… Não preferem ir como as nossas personagens?
Dianne: Temos de nos misturar, não sobressair. O que é que se passa contigo, estás estranha!?
Joan: Receio que estejamos a ser observadas.
Sofie: Bem, tens uma multidão lá fora…
Joan: Não é isso. Sinto esta energia. Algo não está bem!
Dianne: Porquê dizes isso?
Joan: A queda da viga não foi acidente. Senti a magia lá. E estou sentindo o mesmo agora.
Monic: Quem julgas estar a observar-nos e porquê?
Joan: Somos a reencarnação dos espíritos originais do passado. Sei que para vós não faz muito sentido, mas… - Fez uma pausa, receava o impacto que teria as suas próximas palavras. – Quando o castelo foi atacado não foi só para nos destruir, queriam obter o nosso conhecimento e poder. E temo que os responsáveis nos tenham encontrado.
Dianne: O que pudemos fazer?
Joan: Enquanto o círculo não se completar estamos seguras. Sem as vossas essências não vos podem retirar o vosso poder.
Dianne: E não poderemos nos defender, também!
Entretanto, quando entrei no quarto de banho dirigi-me ao lavatório. Refresquei os braços e antes de alcançar o pescoço comecei a sentir uma dor forte no peito.
Rose: Au! – Olhei para dentro da blusa, o colar queimara-me.
A Joan não estava errada e sentiu a minha dor.
Joan: Rose!
Dianne: O que foi?
Joan: Não saiam daqui até eu chegar!
Monic: Vamos contigo!!
Joan: Desculpem meninas, mas não o posso arriscar. – Com um gesto da sua mão proferiu… - Praesidium intus.
Monic: Joan, Joan! – Gritou batendo numa espécie de protecção que a impedia de atravessar a porta do camarim.
E num passo acelerado a Joan seguiu ao meu encontro.
Rose: Ai! – Retirei a camisa. Estava com um vermelhão no peito, senti o ardor vindo do colar, mas não o conseguia tirar, a minha mente nem nisso pensava. Olhei para o espelho e olhava o colar. Por momentos fiquei catatónica ao observá-lo.
Em pouco mais de um minuto a Joan entrou pela porta.
Joan: Rose, estás bem? Porque estás sem camisa? – Virei-me para ela. – Oh meu Deus! O que aconteceu?
Rose: Tira-o! Tira-me o colar!
Joan: Não posso!
Rose: Não vês o que me está a fazer?! Joan, por favor. Não consigo aguentar mais isto. Tira-o!
Joan: Não posso porque está selado… Com a tua pedra. Só tu o podes tirar.
Rose: Porque não o consigo fazer?!
Joan: Estás sobre um feitiço de protecção que nada pode quebrar, apenas… - Olhou para mim com medo, uma expressão que nunca lhe vira antes.
Rose: Ajuda-me! Porque me estás a fazer isto, porquê?
Joan: Rose, vamos para casa!
Rose: Tira-o, tira-o! – As lágrimas de dor involuntariamente invadiram-me os olhos. - Estás assim tão mudada que já não vês o mal em ti?
Joan: Mal?! Magia Negra! Claro! Se não está em ti, está em teu redor. – Fechou os olhos por uns momentos e concentrou-se. – Ali está, na pulseira… Na pulseira de quem?!
Saiu porta fora do quarto de banho e correu para o exterior.
Rose: JOAN! – Libertei um grito provocado pela dor insuportável que sentia.
Simona: Queima, não queima minha querida? Tira-o! – Disse num tom sereno.
Rose: Não consigo!
Simona: Rica amiga que tens ali… Abandonou-te assim. Não chores. Eu ajudo-te. – Com um gesto da sua mão fez uma vela aparecer e com os seus dedos apagou a chama. – Melhor?
Rose: Sim. – O ardor intenso desaparecera.
Simona: Bebe isto. – Entregou-me um frasco com um líquido avermelhado. - Vai-te ajudar com essa ferida.
Rose: Obrigado. – Abri o frasco e bebi de uma única vez. Sabia bem, não era doce, nem amargo, o seu toque nos meus lábios, deixava-me ansiando por mais. – O que é isto?
Simona: Uma velha receita e parece já estar a fazer efeito. – Disse olhando para o meu peito.
Rose: Como é possível?! – Com o alívio da dor e o cicatrizar da queimadura, olhei, através do espelho, melhor para esta estranha que me ajudara, o seu rosto não me era estranho. – Eu… Eu conheço-te?
Sem saber, ou pressentir o que se passara neste instante comigo, Joan seguiu o rastro de magia da sombra para fora do recinto. Olhou para todos os pulsos, mas nada. Sentindo o seu vestígio cada vez mais forte, quando deu por si estava indo no sentido contrário do “After Party”. Cada vez mais isolada avistou a rapariga com a pulseira da sua visão. Sabia que uma armadilha a esperava, mas continuou…
Joan: Hey! Pára! Eu disse pára! – Aquela rapariga era forte! Com apenas um movimento repostou a investida de Joan de volta a ela, imobilizando-a. Com dificuldade a Joan, proferiu. – Porque fazes isto? O que queres?
A Sombra: De ti… - Aproximou-se, revelando o seu rosto. - …Nada!
Joan: Tu… Eu lembro-me de ti, no túnel… Quem és tu?
A Sombra: Eu sou aquela que a trará de volta!

19º Episódio – Tu… Eu Lembro-me de Ti
Final da 1ª Temporada – A Criação da Kat Rose Fashion

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