O poder do pensamento positivo (T1 Ep.18-8)
Respirei fundo e tentei concentrar-me na
sensação que sentira ao despertar, deixando a ansiedade sair. Não fora fácil,
porque o medo persistia, porém, agarrei-me à inspiração que me invadira, cedo
pela manhã, abraçando o positivo desta experiência, tentando deixar os receios
de lado.
Com o som da campainha de entrada Dianne
e Monic despediram-se e seguiram para a sua sala.
Dianne: Meninas temos de ir. Depois das
aulas encontramo-nos no laboratório, está bem?
Joan: Combinado!
Monic: Rose, como te sentes?
Rose: Estou bem Monic, obrigado! Vão
descansadas. – Estava bem, sentia-me bem, não compreendia porque o meu corpo
reagira assim, nem porque a minha mente bloqueara daquela maneira, contudo e
apesar da ansiedade, sentia-me bem. – Joan, eu vou esperar um pouco pelo
Richard, ele disse que voltava…
Joan: Já estamos atrasadas, eu mando-lhe
mensagem. E logo falamos com ele.
Rose: Mas ele teve o trabalho de…
Joan: Anda, está tudo bem. Não precisas
ficar assustada. Se vierem ter connosco imagina que estás na banca, sorri e com
calma dás as informações que te pedirem, está bem?
Rose: Está bem!
A Joan tinha razão não era assim tão
diferente de estar na banca a falar de algo que eu adoro. Na verdade as
atenções estavam centradas no nosso trabalho, não em nós. Recuperei o controlo
e segui-a pelos corredores vazios até à sala. Nos dois intervalos seguintes
mantive-me descontraída junto à janela do corredor, compondo os esboços que
começara de manhã. Nas breves abordagens que se seguiram respondi de uma forma
serena e assertiva tal como fizera nas bancas de vendas.
A tarde passou com uma mistura de
sentimentos, predominando a vontade de fazer mais. Depois do impacto da
recepção que tivemos ao chegar à escola, na verdade, estava a adorar o
entusiamo que percorria os corredores ao falarem do desfile que estava por
acontecer no próximo mês, no entanto não conseguia evitar este medo interior,
no fundo eu sabia o porquê de me sentir assim… Receava não estar à altura das
espectativas de todos os que nos apoiavam.
Quando chegamos ao laboratório estava um
pouco embaraçada. Queria agradecer ao Richard e desculpar-me por não ter
esperado.
Rose: Richard, posso falar contigo?
Richard: Claro Rose! – Afastamo-nos por
breves momentos.
Rose: Obrigado por há pouco e desculpa
não ter esperado na biblioteca…
Richard: Não tem importância Rose. A
Joan avisou-me. Estás com melhor cara. – Sorriu em simpatia às suas palavras. –
Vamos ver a apresentação?
Rose: Claro! – Sorri em agradecimento,
sentindo as bochechas completamente rosadas, o professor Samuel estava radiante
ao olhar para nós, pelo meu pensamento passavam as suas últimas palavras no
sentido de cúpido. Como desejava que não comentasse nada a respeito.
Discutimos alguns pontos importantes da
apresentação e agendamos para o próximo Sábado uma reunião no jardim do Palácio.
Era o tempo necessário para a montagem do palco estar pronta.
Senti-me um pouco desconfortável com
alguns comentários do professor Samuel, a mera ideia de Mikhael estar a
observar e poder entender mal a nossa aproximação preocupava-me, não por sentir
algo pelo Richard, não era o caso de todo, mas sim por temer magoa-lo, queria
tanto poder partilhar com ele estes momentos. Nós estávamos tão felizes com os
progressos que fizéramos, o projecto estava a ganhar formas a cada passo e esta
emoção toda porque passara queria partilhar com ele, por nos ter dado uma
oportunidade, acima de tudo por ser uma parte de mim.
A Dianne não ficou indiferente aos
comentários do professor Samuel, ao sairmos do laboratório não resistiu a
deixar a sua observação.
Dianne: O que foi aquilo? O professor
Samuel pensa que há alguma coisa entre ti e o Richard?
Monic: Não podia estar mais longe da
verdade.
Rose: Não sei, mas é de ideias fixas…
Sofie: E gosta de ser casamenteiro, mas
não faz por mal! Acha que passamos demasiado tempo no laboratório e nos
esquecemos da nossa vida social.
Joan: A verdade para ser dita o Richard
é um bom partido.
Dianne: Não acredito!? Tu… - A Joan
corou. – Tu e o Richard?!
Joan: Não! Só o acho… - Engoliu em seco.
– Bem, ele é bonito, inteligente, é generoso…
Monic: E é um bom partido. – Sorriu com
a sua afirmação, fazendo aquela expressão que faz sempre que parece saber mais
do que todas nós.
Rose: Como fazes isso Monic? Vocês
repararam? Ela sabe sempre qualquer coisa sobre nós, que às vezes até parece,
que nós próprios não vemos.
Joan: Terra sempre teve um instinto poderoso…
Monic: O quê?! Eu sou a Guardiã da
Natureza?!
Joan: Sim, o és! E como a Natureza é mãe
de todos nós, tu guardas os segredos de todos nós. Se te permitires conhecerás
os nossos desejos mais ambiciosos e os nossos medos mais profundos.
Rose: Bem, ela conhece alguns segredos, em
verdade… - Disse sorrindo para a Sofie.
Sofie: Porque olhas assim para mim? Eu
não tenho segredos convosco!
Monic: Mas poderás ter contigo mesma!
Sofie: Está bem! Embora adore enigmas
não quero falar em fantasmas agora e o meu pai já está lá fora à nossa espera,
vamos indo?

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