Só para ver o teu sorriso (T1 Ep.18-4)

Sábado, 15 de Fevereiro
A manhã chegou exaltando a vontade de o ver, mesmo que fosse somente por um segundo. Apenas ver o seu sorriso, saber que está bem.
Na porta do frigorífico estava uma nota do Charlie a pedir que passasse no laboratório. Seria o destino?
Hoje e amanhã os portões abrem-se ao público a partir das dez da manhã. Com a Joan a tratar dos detalhes do desfile, acordamos que viria só da parte da tarde. Eu conseguia cuidar da banca, não havia a necessidade de a sobrecarregar, mas ela queria estar aqui também. Com as meninas a ajudar nas actividades da feira, teria, então, de ser a Joan mesmo a ficar responsável por supervisionar cada etapa do desfile. Com a minha mãe a ajudá-la sei que não fica desamparada.
Quanto a mim vim mais cedo para passar no laboratório antes de abrir a banca. Estava esquisita, ansiosa e nervosa, por várias razões, mas acima de tudo por não compreender o que sentia. Desejando a sua presença e ao mesmo tempo implorando-me para aceitar a sua ausência. Sem o conseguir fazer, a cada passo que dava pelo corredor do laboratório, sentia-o mais perto.

Este não era um dia típico de trabalho por aqui, parecia abandonado, com pouca iluminação. Quanto mais me aproximava do fim do corredor dois vultos, posicionados de pé junto à bancada de trabalho, de costas voltadas para mim, tomavam cores, formas mais definidas… Seria ele?!
Rose: Mikhael?!
Richard: Hey Rose, não, sou eu, o Richard.
Rose: Desculpa… Eu…
Richard: Ele está na… Não está aqui.
Rose: Está tudo bem Richard? Professor Samuel? – Olhei para um e para o outro um pouco confusa. Ele estava ali, sabia que sim. Saberia o professor Samuel quem era ele?!
 Richard: Bem, nós chamamos-te aqui por causa do termo de responsabilidade do material. O teu irmão disse que tu és a responsável por toda a documentação, com a tutela da D. Marya.
Rose: Sim, eu levo-a a minha mãe…
Richard: Não, não é preciso. O director responsabiliza-se, ele tem total confiança em vós. – Sorriu de uma forma gentil. Não foi a primeira vez que senti isto, ele sabe. E segundo o meu diário, ele sabe mais do que mostra. – A questão é que tens de fazer acompanhar esta declaração contigo durante todo o tempo que o material estiver fora, se houver alguma situação, contactas comigo, está bem?
Rose: Oh, claro! Obrigado. Posso agradecer ao director pessoalmente? – Não consegui esconder mais o sorriso, apesar da admiração com toda a situação.
Prof. Samuel: O professor Seth está em reunião – com um pequeno gesto apontou para cima, indicando a sala de reuniões.
Segui a sua indicação com olhar… Podia jurar que o vi junto da persiana que cobria a janela no andar de cima. Por um segundo vi o seu doce sorriso…
Rose: Obrigado, a ambos.
Prof. Samuel: Richard, porque não acompanhas a nossa pequena Rose até ao ginásio? – Com as suas palavras embaraçava-nos aos dois, o seu tom de cúpido não podia estar mais longe da realidade.
Richard: Eu, eu não posso! Tenho trabalho a fazer… Para o desfile.
Prof. Samuel: Trabalhas demasiado, fazia-te bem apanhares um pouco de ar de vez em quando.
Rose: Adorava ver em que ponto estão no trabalho, mas tenho de abrir a banca. Segunda-feira estou disponível. Marcamos para então Richard?
Richard: Claro. – Sorriu em agradecimento, por o livrar da insistência do professor Samuel.
Rose: Até lá então. E uma vez mais obrigado, obrigado por tudo.
Foi embaraçoso! Porém estava-lhes grata pelo trabalho que têm feito e por este momento. Saí do laboratório com Mikhael no pensamento e no coração. Este pequeno encontro fora ideia sua decerto. O seu presente de São Valentim, talvez…
Prof. Samuel: Não percebo os jovens de hoje. – Disse mal virei costa, dando uma cotovelada em Richard continuou. - Tão bonita e inteligente e tu deixa-la ir assim! Oh valha-nos Deus.
Richard sorriu abanando a cabeça enquanto o professor se afastava. Olhou para cima na direcção de Mikhael. – Ele tem razão sabes!?

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