Indo para casa (T1 Ep.17-4)
A viagem até casa era longa, aproveitei
então para por a escrita em dia. Havia tanto que queria registar.
“Querido diário,
Este fim-de-semana tanto aconteceu.
Temos as fotos para o catálogo prontas. Tivemos uma confissão da Joan e outra
da Monic. E no meio de tudo o que se passa há uma palavra que não me sai do
pensamento… Mikhael.
Amanhã é o primeiro dia de aulas do ano
e ele lá estará. Espero encontrar a força de que preciso para estar na sua
presença. É um pouco estranho, apenas de pensar em como será, fico com esta
sensação incomum, difícil de explicar. É como se ficasse nervosa, sinto esta
adrenalina acelerar-me o coração, mas ao mesmo tempo todo o meu corpo parece
calmo, com uma tranquilidade ao pensar nele, como se fosse o meu porto seguro. Algo
dentro me mim diz-me que eu preciso de o encontrar, diz-me que com ele eu estou
segura.“
Eu pensava que a Joan vinha a descansar,
mas quando a mãe parou na estação de serviço ela despertou.
Joan: Estás a desenhar a nova coleção?
Rose: Não, estava a escrever… Quero
manter as minhas memórias por escrito.
Joan: Eu lamento tudo isto, a sério que
sim Rose. Por favor nunca te esqueças, não há nada que não faria para vos proteger.
É minha obrigação.
Rose: Devias saber que mentir nunca é o
caminho.
Joan: Pensas que esta é uma verdade
fácil de ser contada!? No momento em que me reconheci como era, o meu instinto
foi partilhar com todas vós. Mas as minhas memórias não me deixaram, eu vi o
que aconteceu e temi que se repetisse e ainda temo.
Rose: Bem, o que está feito, está feito.
Não vale a pena chorar sobre o leite derramado. E por favor não te esqueças de
uma coisa, quando continuas empilhando mentiras, eventualmente elas cairão sobre
ti. Magoas… Por mais difícil que seja, a verdade merece uma oportunidade. Somos
amigas, bolas. Como achas que me sinto? Estou magoada, não foi a primeira fez
que fizeste isto e desconfio que não será a última. Como posso confiar em ti?
Joan: Eu peço desculpa, eu não sabia…
Rose: Não sabias o quê? Que tinha um
diário? E que provavelmente eu escreveria sobre ele?
Joan: Não, não é isso! Eu sabia que
tinhas um diário. Estavas em sofrimento, na angústia fiz o que precisava sem
ponderar as consequências.
Rose: Bem, estou muito mais feliz agora,
como podes ver.
Joan: Eu sei que não estás. E,
sinceramente, espero que consigas perdoar-me. Eu prometo-te que nunca mais
usarei a minha magia para te compelir.
Rose: E eu prometo-te que aconteça o que
acontecer eu não porei a minha vida em perigo. Não deixarei que nada lhes
aconteça. Podes ter a certeza disso!
A Joan sentira a força na minha voz,
sentira a força e confiança de Anastacia…
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