Amor, Amizade e Fraternidade (T1 Ep.18-9)
Tanto a Dianne como a Joan ficaram à
nora com o comentário da Monic. Durante a viagem até casa o silêncio
constrangedor reinou. Acredito que havia mais a acrescentar, mais “Girl’s Talk”
para partilhar, no entanto, estávamos na presença do pai da Sofie e não nos sentíamos
à vontade para falar sobre rapazes…
Eu entendi o que a Monic quis dizer, contudo,
não acho que o interesse da Sofie corresponda ao do seu admirador secreto. Ela
mantem os seus sentimentos muito para si, mas nós somos amigas há algum tempo,
apesar de não ter os instintos da Monic, sou bastante observadora. Penso que
tanto a Joan como a Sofie nunca deram um passo em frente no amor por se
respeitarem, pois ambas estão apaixonadas pelo mesmo rapaz. A Joan é segura de
si, todavia, no que toca a rapazes mais sentimentos fica um pouco nervosa, a
sua reacção de há pouco era um tanto ao quanto de esperar, já a Sofie é um
túmulo, não se iria pronunciar de uma forma insegura quanto aos comentários do
professor Samuel.
Seguramente a Sofie é a que tem mais
capacidade para lógica e complexidade entre nós, mas a vida não é feita só de
números e neste aspecto estou em acordo com o professor Samuel, o pessoal da
tecno passa muito tempo no laboratório.
O que, realmente, me preocupa é o facto
de sentir que a Sofie sofre para dentro, ela é muito dura no que toca a
sentimentos, nunca a vi derramar uma lágrima, até a mãe lhe impedir de
continuar na banda. Talvez por estar mais fragilizada devido ao acidente,
contudo, fazia um esforço enorme para segurar as lágrimas e de imediato as
limpou…
A Joan dissera que todos nós
encontraríamos o nosso caminho, uns até aos outros, acredito que haja uma força
que nos une, não sei se é o destino, se é magia, mas amor, amizade e
fraternidade é decerto!
Temos tantas memórias em comum, alegrias
e tristezas partilhadas, estamos prestes a dar um grande passo na nossa vida,
todas juntas, a mera ideia de as perder seria como perder o chão. Seis guardiães
unidos pela Grande Bruxa Branca! – “Seis?! Se nós somos quatro, Mikhael o
quinto, quem será o sexto?!” – Depois do pijama vestido encostei-me à cabeceira
da cama, para continuar nos esboços até o sono chegar, enquanto recostava o Kat
nas minhas pernas, questionava-o… - Consegues acreditar nisto Kat? Eu uma
Princesa Guardiã!? A Guardiã da Vida!
No meu sonho, eu estava lá para proteger
Mikhael, será isso que significa ser Guardiã da Vida?! Quem será o sexto
Guardião? Segundo a Joan Ignis, o Guardião do Fogo desapareceu com a morte da
Princesa, como estão eles ligados? Charlie?! Não pode ser, a Joan teria
comentado algo. Não, não teria. Mas somos da mesma linha de sangue. A Dianne e
a Monic também o são. Quem será o sexto Guardião? Quem está mais perto de mim,
que possa saber sobre o passado… Só se, o Richard!? Sim, é possível! Ele sabe
mais do que transparece, embora o seu toque não seja nada quente, no entanto
tem um instinto protector. O fogo fora feito para proteger, guiar! Hoje quando
precisei ele estava lá. Está ligado ao Mikhael, ainda não sei como, mas está! Ele
queria dizer-me algo mais no laboratório. Poderá ser ele o sexto Guardião…
Certa de que Richard seria o sexto
Guardião, pelo pensamento ocorria-me que talvez ele me pudesse ajudar, apesar
do seu jeito um pouco desajeitado com as palavras eu confiava nele, transmitia
a mesma serenidade que a Monic, entre outras características que ambos
partilham. Ele poderia ajudar-me a recuperar as memórias, sem magia,
contando-me a história como ele a conhece, livre de manipulações. Se a sua
amizade com Mikhael é do tempo em que todos nós fomos criados, Richard seria
fiel nos seus relatos dos acontecimentos.
Terça-feira,
18 de Fevereiro
Não foi fácil encontrar as palavras
certas para falar com Richard acerca da ideia que tivera. Encontramo-nos no
KoffyBreak para falarmos sobre o assunto. Quando lhe pedi que me ajudasse, ele
não pareceu estranhar o meu pedido. Ficou pensativo por um breve momento e
então respondeu afirmativamente.
Richard: Eu posso ajudar, no entanto
tenho uma condição!
Rose: Qual é?
Richard: Não irei apenas contar, não
quero criar a ilusão de um conto de fadas.
Rose: Porque dizes isso?
Richard: Bem, muitos dos contos de
fadas, foram baseados nas histórias que percorreram gerações acerca do amor que
unia duas almas capazes de se sacrificarem por esse amor. A vossa união foi
criada passo a passo, ao revelarem um pouco mais do vosso verdadeiro “ser” um
para com o outro. Conheciam-se como se um fosse a metade do outro. – As suas
palavras eram profundas e eu sentira cada uma como algo que eu própria dissera.
– Estais bem Princesa?
Rose: Sim, será que podias não me chamar
assim!?
Richard: Para mim o és. E continuarei a
dirigir-me a vós assim. Não te preocupes, mais a mais ainda nos confundem por
um casal, apenas isso.
Rose: Diz-me porque disseste que se
conheciam como se fossem metade um do outro?
Richard sorriu e adiantou.
Richard: Tive a oportunidade de ouvir
esta expressão de ambos. E devo dizer não haveria forma de descrever melhor um
amor como o vosso. - A confirmação de Richard deixava-me certa de que o que
fazíamos era o que precisava. – Mais terei para te contar, mas esperaremos
sempre o momento certo.
Rose: Como posso saber quando o será?
Richard: Não te preocupes. Saberemos! Os
momentos proporcionam-se. Aceitas?
Rose: Sim.
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