Verdade ou Consequêncica (T1 Ep.16-12)
“O
que fiz!?” Eu não o queria dizer, mas disse-o na mesma!
Rose:
Porque disse isto? – Pelo meu olhar a Joan percebera que estava revoltada.
Joan:
Rose, por favor, tu não compreendes…
Rose:
É claro que não. Tu não te explicas, limitas-te a obteres o que queres. –
Queria falar de Elizabeth, queria que ela soubesse que a primeira vez que vi
Mikhael fora no mausoléu da sua família e eu sabia-o. Não me recordava, mas
sabia-o. Deixei o ódio me consumir e queria que ela o visse. Que percebesse que
este não é o caminho. Ela não podia brincar assim com a minha mente e ficar
tudo bem. – Deixa-me sair. Eu grito! Deixa-me sair!
Limpei
o rosto com as mãos, não queria que as meninas me vissem assim. Eu não deixaria
a Joan voltar a fazer isto. Se ela não respeita a nossa amizade não havia nada
que pudesse fazer para nos manter unidas.
Desci
até às meninas esquecendo-me das mantas. Pouco depois apareceu a Joan com três
em mãos.
Eu
sei que não esquecerei este momento, a Joan obrigando-me a fazer algo que eu
não queria, embora não conseguisse evitar sentir-me ofendida, e apesar de tudo
o que ela fez, o que mais me magoava era a sua falta de confiança em nós.
Estávamos
todas aqui, em volta da mesa, aquecidas pelas mantas de flanela, jantando, trocando
conversas, com sorrisos. Eu estava quieta, pensativa, esta verdade que me
apertava a garganta, não era minha para a partilhar… “Como pode a Joan mudar
assim tanto?!”
Dianne:
Rose, está tudo bem? Não disseste nada o jantar todo.
Rose:
Oh, desculpem meninas. Estou preocupada com o Kat. A minha mãe disse que está
tudo bem, mas é difícil não me sentir um pouco culpada.
Dianne:
Conheço o sentimento. Amanhã já estamos com os nossos pequenotes.
A
verdade é que durante todo o jantar o meu pensamento vagueava em busca de
respostas, recordando o sucedido. “Ela não quer que eu saiba quem ele é.
Porquê?! Mas agora não tenho dúvidas ele é importante para ela, Seth e Mikhael
são de facto a mesma pessoa. Ele é a chave para este enigma.”
Dianne:
Temos o resto da noite livre, alguma ideia?!
Rose:
Sim! Podíamos jogar ao “Verdade e Consequência”!
Monic:
Olha, boa ideia! Eu sei que há algumas confissões a fazer aqui. O amor anda no
ar… - Disse cantarolando seguindo para a cozinha.
Enquanto
levantávamos a mesa a Joan perguntou baixinho…
Joan:
Porque fizeste isso?
Rose:
Porque manter segredos só destrói relações.
Joan:
Estou a tentar proteger-te!
Rose:
Sim, eu sei. Já o disseste. Faltou-te o porquê e quem.
Joan:
Ele é meu irmão… - Olhou para a cozinha certificando-se de que as meninas
estavam lá dentro e continuou. - De outra vida.
Rose:
Até ai eu também sei. E sei que achas que por algum milagre eu sou a Anastacia…
Joan:
É verdade!
Rose:
Se eu sabia tudo isso, qual era o perigo?
Joan:
Se não estiveres preparada para receber o teu passado, ele pode destruir-te. Eu
vi isso acontecer da última vez que regressaste. Não conseguiste viver com a
dor das memórias da tua vida passada, achaste que estavas a enlouquecer e
tiraste a tua própria vida. – Ouvi cada palavra que dissera e, muito embora a
Joan esteja diferente, não perdeu o tique. Eu sei, sentia-o, que ela não estava
a ser sincera.
Rose:
Enlouquecer?! Bem, se eu vivi outra vida e tu te consideravas minha amiga nessa
época como agora, não admira. Jogas com a minha mente, fazes-me acreditar em
algo que não é real…
Monic:
Então meninas, estás tudo bem?
Dianne:
O que se passa?
Rose:
Perguntem à Joan, se é que ela consegue dar uma resposta sincera.
Joan:
Rose eu adoro-te e adoro o meu irmão. Tudo o que fiz foi para proteger-vos a
ambos. Por favor tenta entender. Confia em mim!
Monic:
Ela disse irmão?
Sofie:
Yep, eu acho que sim.
Dianne:
Tens um irmão?
Rose:
Como queres que entenda se não estás a ser honesta comigo… Connosco?! Elas nem
sabem quem ele, realmente, é. Eu nem sei quem ele é, porque não me recordo do
seu rosto, não me recordo da sua presença na minha vida. E tenho de saber pelos
outros o que fiz, porque não me lembro. – Disse apontando para a Monic.
Monic:
O que eu disse?
Dianne:
Rose, estás a soar um pouco estranha!
Rose:
Bem, acho que enlouqueci outra vez, Dianne. – Disse com os olhos vermelhos de
segurar as lágrimas. Eu não iria mostrar fraqueza outra vez. Podia sentir a
garganta a arder, podia sentir os olhos a arder, mas não iria mostrar fraqueza
outra vez.
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