O Código da Amizade (T1 Ep.16-13)

Dianne: Alguma de vós importa-se de nos explicar o que se passa aqui?!
Sofie: Acho que o jogo começou…
Monic: Eu arranjo a garrafa.
Dianne: Monic?! Penso que isto seja um pouco mais sério. O que está havendo entre vocês as duas, agora passam a vida chateadas?! Não é a primeira vez que isto acontecesse e tenho o pressentimento que não será a última se não colocarem um ponto final nesta história. Nós somos as vossas melhores amigas iremos resolve-lo juntas, - estendeu a mão e continuou - com imparcialidade…
Monic: Com verdade…
Sofie: Com compreensão…
Dianne: Vamos lá meninas.
Rose: Com lealdade…
Joan: E com honra.

A Joan sabia que já não havia saída. O Código de Amizade tinha sido evocado e ela fez-nos uma jura. Sabia que a Dianne tinha razão, porém receava que qualquer que fosse o seu próximo passo só piorasse a situação. Sabia que eu não iria parar até saber toda a verdade, não importava quantos obstáculos tivesse de ultrapassar. Talvez o Francis tivesse razão quanto ao processo não poder ser travado, apenas adiado. “Ela encontrará o seu caminho de volta até vós pelos seus próprios meios, disse ele.” E aqui estava eu perante, ela, perante as guardiãs lutando para regressar.
Joan: Tenho de vos pedir a maior descrição e confidencia. O que tenho para vos contar não é um fardo leve. O mundo está mudado, mas ainda assim existem assuntos difíceis de abordar sem a presença de pré-conceitos, sem a presença do medo. E quando fazemos algo irracional dirigido pelo medo coisas terríveis acontecem.
Sofie: Do que estás a falar?! Não vais contar uma história de fantasmas para nos assustar, pois não?
Joan: Temo que seja pior que fantasma Sofie. É uma história sobre amizade, sobre amor… Sobre uma maldição! Podemos ir para dentro, por favor?!
Pegamos nas mantas e dirigimo-nos para a sala. A Joan fechou os cortinados e pediu umas velas a Dianne.
Sofie: Eu não quero ouvir, por favor não contes. Sabem que não gosto dessas coisas. E ainda por cima estamos aqui no meio do nada, sozinhas…
A Dianne entregou as velas à Joan e esta olhou para mim, como se esperasse que assentisse ao que se seguia.
Joan: Não temas Sofie, eu nunca permitiria que nada de mal vos acontecesse. “Lux” – Abriu a sua mão e dela saia uma pequena chama.
Sofie: Isso não é possível, não é lógico!
Joan: O mundo está cheio de maravilhas, que a lógica e a razão por si só não as explicam.
Dianne: Do que falas? Como consegues fazer isso? – Tocou na mão da Joan, que instantaneamente fez desaparecer a chama e continuou. – Não tens nada aqui… Como fizeste esse truque?
Joan: Não é um truque Dianne. É uma habilidade…
Monic: Como se fosses uma Bruxa… - Olhou para mim e apercebeu-se pela minha expressão séria de que a Joan não estava a brincar. – Espera! Tu és uma bruxa. Uma bruxa a sério?!
Dianne: Bruxas não existem. Essa não pode ser a razão pela qual estavam a discutir. Verdade Joan, lembraste?! Rose?
Rose: Receio ser verdade meninas. A Joan possui capacidades espirituais que lhe permitem ter o controlo sobre as pessoas e a natureza… Eu sou a prova disso. – Disse num tom mais baixo.
Monic: Uau, isso é mesmo cool!
A Dianne percebera o que dissera e ficara ainda mais intrigada.
Dianne: Estavam a discutir sobre o quê?
Joan: Eu…
Dianne: Não Joan, tu quebraste o nosso código, não foste leal para connosco, não honraste a tua palavra. Se o que dizes é verdade, se, realmente, és uma bruxa, queremos ouvir primeiro a Rose, sem que a manipules. Rose… A verdade.
Rose: Monic, lembraste de me perguntar sobre o professor Seth?
Monic: Sim, ficaste um pouco esquisita…
Rose: Fiquei porque tive de fazer um esforço enorme para conter a dor de cabeça. No momento em que tentei recordar-me da festa, senti umas pontadas fortes, foi como se mil agulhas me espetassem. Eu não sei quem o professor Seth é, não me recordo do seu rosto ou de qualquer momento que tenhamos partilhado.
Sofie: Eu vi-vos a dançar, a Joan também, certo? – Olhou para a Joan, que assentiu à sua pergunta apenas com um gesto da sua cabeça, sem dizer uma única palavra. - Como podes não te recordar?
Rose: A Joan apagou-o da minha memória. Era por isso que estávamos a discutir. Fez-me esquece-lo, fez-me esquecer o que ela é. E eu estava com medo que o fizesse outra vez. Ela nem me deu uma oportunidade para entender o porquê de o ter feito. Se não fosse pela Monic eu nunca teria lido o meu diário do princípio, nunca teria duvidado do que achava saber.
Dianne: Joan, alguma vez fizeste o mesmo a mais alguma de nós?
Joan: Sim… A todas vós!


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