Mais do que Uma (T1 Ep.15-13)

Terça-feira, 31 de Dezembro
O final do ano chegou. Um novo estava prestes a começar, trazendo com ele novos sonhos, nova esperança, uma realização há muito esperada…
A festa da cidade será no Palácio. Muito é aproveitado da festa de Natal, contudo, há sempre a manutenção a ter em conta, pequenos reparos nos estragos causados pelos ventos e pela chuva.
Adoro o espírito desta cidade! Através da sua página Oficial sabemos todos os eventos que estão por vir, podemos voluntariar-nos para ajudar com as decorações, montagem, manutenção, limpezas… Enfim, uma série de tarefas que os jovens adoram. São muitas as áreas que um evento necessita para estar pronto e seguro e como tal temos a oportunidade de trabalhar com os mais experientes, ganhar prática, enriquecendo os nossos currículos e travar novos conhecimentos.
Mal chegamos percorri todas as áreas abertas ao público à procura das meninas. Embora já cá tenha vindo antes, hoje estava mais ansiosa do que nunca por chegar. Queria ver o espaço de que a Joan falara.
Rose: Aqui estão vocês!
Monic: Estás com muito melhor aspecto Rose.
Rose: Obrigado. Foi uma constipação decerto, mas já estou muito melhor. Uau! A decoração está incrível.
Dianne: A maior parte é da festa de Natal.
Monic: No Natal a sua atenção estava virada para outros aspectos.
Rose: Como assim?! Eu estive aqui, mas não me lembro de estar assim.
Dianne: Sim, está um pouco diferente. Acrescentamos uns extras…
Monic: A Sofie contou-nos.

Rose: Contou-vos o quê?
Monic: Da tua dança com o professor!
Rose: O quê?! Qual professor?
Dianne: O professor Seth, foram juntos até ao gazebo…
Rose: Devem estar a fazer confusão. – Comecei a ficar desconfortável com a conversa, a cada palavra sua eu tentava recordar a noite da festa e com o esforço as picadas surgiam novamente. Tinha chegado tão entusiasmada, não queria perder mais uma festa… Então mudei de assunto. – A Sofie e a Joan? Não chegaram ainda?!
Monic: Chamaram a Sofie.
Dianne: Andavam à procura do Charlie também…
Rose: Sim! Quando chegamos a RP pediu para ele ir ao espaço de manutenção. Qualquer coisa com o jogo de luzes e o projector.
Dianne: Ah… Deve ser por causa do filme anual.
Monic: A Joan ainda não a vimos.
Rose: Vou dar uma volta a ver se a vejo. Até já meninas.
O calor frio fazia-se sentir, a minha ansiedade já não era apenas pelo entusiasmo. Começava a sentir-me agoniada. Fui até ao jardim, andar um pouco, deixar o ar entrar na tentativa de me acalmar. Não estava no controlo do meu corpo. Esta reacção não era normal. “Estaria a ficar pior? Mas não me sinto doente!”
Rose: Joan! Joan!!
Simona/Joan: Olá An… - Simona encarnava a imagem de Joan, ocultando a sua verdadeira forma dos olhares dos demais. Com uma expressão confusa, parecia tentar recordar-se do meu nome. – …Rose.
Rose: Eu queria que me mostrasses o sítio que tens em mente para o desfile, mas primeiro diz-me uma coisa… O que aconteceu na festa da tua avó?
Simona/Joan: Bonito pendente! Onde o arranjaste?
Rose: O quê?! – Fiquei desnorteada por um momento e então a resposta fluiu-me. – Sempre o tive.
Simona/Joan: Eu não me lembro de o ver. – Tentou alcança-lo, sendo repelida. – Au!
Rose: O que foi?
Simona/Joan: Energia estática...
Rose: Eu não me lembro de chegar a casa, a minha mãe disse-me que tu me levaste!?
Simona/Joan: Sim. Eu levei.
Rose: Estás bem?
Simone/Joan: Sabes, essa noite também está um pouco confusa. Acho que bebemos um pouco de mais.
Rose: O quê? Não te lembras de ter ido lá a casa? Deixaste lá uma caixinha.
Simona/Joan: Caixinha?! Como é?
Rose: É pequenita, feita de madeira… Não a vi muito bem. Lembro-me de ter pedido a minha mãe para a guardar na gaveta da cómoda e entretanto esqueci-me dela.
Simona/Joan: Ah… Essa caixa. Não, não é minha. Foi um presente para ti…
Rose: Oh… Obrigada!
Simona/Joan: Queres ver o espaço, certo? - Simona avistara a verdadeira Joan. Precisava sair dali e regressar à sua verdadeira forma.
Rose: Sim, vamos lá!?
Simona/Joan: Dá-me cinco minutos, está bem? Espera aqui. Já volto.
Rose: Onde vais?! – Virou-me as costas e seguiu caminho com tamanha rapidez que fiquei sem reacção. “Eu posso não me recordar muito bem da noite da festa da Sra. Beatrice, mas acho que a Joan está bem pior. Está agindo de uma forma tão esquisita. Agora deixou-me aqui plantada!” A sua confusão, por mais estranho que seja, acalmou-me.
Fiquei observando os jardins enquanto aguardava o seu regresso. Mais de cinco minutos já haviam passado e a brisa fresca começava a arrefecer-me o corpo. Decidi ir ao seu encontro.
No entanto Simona já havia saído da festa. Desconfiava de que caixa se tratara e a quem tivera pertencido. Em poucos minutos chegou a minha casa, conhecendo bem as divisões foi direita ao meu quarto, invadindo-o, vasculhando a primeira gaveta da cómoda encontrou não só a caixinha como a máscara, ambas da sua época. Presentes de Mikhael, com toda a certeza. O seu truque com o chá não tinha funcionado e agora sabia que o ciclo tinha sido quebrado, sabia que Rebecca estava de volta e preparada para ela. Simona não iria desistir de afastar Mikhael da sua preciosa Anastacia e para isso teria de a ter de volta. O único jeito de Mikhael, verdadeiramente, se afastar seria pelas palavras de Anastacia, seria pelas minhas palavras.
Simona: A Bruxinha protegeu-te, mas há outros caminhos! – Colocou a caixa sobre a mesa-de-cabeceira. - Vejamos o que acontecerá?

Comentários

Mensagens populares