O Poder das Palavras (T1 Ep.14-4)
Segunda-feira, 23 de Dezembro
Foi
uma noite mágica! Eu não queria apenas sonhar para o ver, agora ansiava pela sua
presença mais do que nunca.
Levantei-me
cedo, estava desejosa de sair e passear pela cidade, mas com tanto trabalho em
mãos teria de adiar este meu desejo. Desci para o pequeno-almoço e na cozinha
estava já a mãe…
D.
Marya: Bom dia, filha.
Rose:
Bom dia mãe. Hoje trabalha?!
D.
Marya: Sim, hoje e amanhã. Depois tenho o resto da semana livre.
Rose:
Estava a contar consigo para adiantar algum trabalho. Estamos nas peças finais…
E tenho de procurar o espaço para o desfile.
D.
Marya: Não era a Joan que estava responsável por essa parte?
Rose:
Era, mas…
A
mãe sorriu em compaixão vendo o meu constrangimento, percebera que não estava
preparada para falar no assunto.
D.
Marya: Fazemos assim, tratamos dos petiscos para a chegada dos teus irmãos e
depois ajudo-te com as peças.
Rose:
Combinado!
D.
Marya: A lista do que falta está presa na porta do frigorífico.
Rose:
Está bem. Eu trato das compras depois do almoço.
D.
Marya: Obrigado. Até logo.
Rose:
Até logo mãe.
Com
o pequeno-almoço tomado a mãe seguiu para o seu trabalho e eu para o quarto de
costura. Os sorrisos eram constantes ao recordar cada momento ao seu lado.
Embora trágica fosse a história da Joan eu gostava de ter vivido num tempo onde
as criaturas mágicas reinassem, onde as flores brilhantes davam vida e
iluminavam os dias. Por várias vezes dei comigo a imaginar tal lugar. Nos meus
sonhos, os jardins, a sua presença eram constantes, seriam memórias? Ou desejo?
“O seu poema, era lindo!” As palavras de Mikhael estavam presentes a cada
momento. Com um poema se propusera a Anastacia. Ser merecedora de tal amor era,
sem dúvida, um desejo.
A
manhã passara tão rápido. Acabei o vestido, pousei-o na mesa da mãe, desci para
almoçar e segui para o supermercado. Sentia-me um pouco tola, querendo
cantarolar, não uma música específica, mas apenas palavras que me surgiam. Compras
feitas e na viagem de autocarro de volta a casa o meu pensamento fugiu para a
sua imagem, as suas palavras sobre a Joan e sabia o que tinha a fazer.
Ao
passar em frente à casa da Joan parei. “Toco, não toco!? Devem estar
ocupadíssimos! Volto mais tarde, ou mando-lhe uma mensagem. Este não é um
assunto para falar por telemóvel!”. E toquei na campainha…
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