Entre linhas (T1 Ep.15-2)

Aos olhos de Joan eu ainda estava confusa. O meu relato não correspondia a verdade que conhecera, não no seu todo. Era como se a minha mente estivesse envenenada. Queria ajudar-me, aliviar-me o sofrimento, culpava-se por este momento, sentia-se impotente, frágil, apesar do seu esforço para dominar a sua capacidade, ainda muito tinha de aprender. Ao forçar as suas memórias sentira a sobrecarga de energia, podia apenas imaginar que eu estaria a passar pelo mesmo, embora não compreendesse como era possível.
Rose: Eu preciso saber. Se ele a amava porque a abandonou!?
Joan: Eu não sei Rose. Apenas ele te poderá dar uma resposta. Anda, vamos até lá dentro. Precisamos tirar esta roupa encharcada.
Rose: Era esta a razão por que não podias ser honesta comigo? És sua irmã, foi por compaixão?
Joan: Eu contei-te a verdade…
Rose: Não, não contaste! Eu sabia-o. Senti que te prendias nas palavras, havia algo que não me querias dizer. Ele não fora capturado, pois não? Ele viu o que faziam a Anastacia e virou costas, fugiu como um cobarde…
Joan: Estás um pouco confusa, nada mais. Mas vai ficar tudo bem. – Segurou-me nas mãos ajudando-me a levantar.
Rose: Sabes onde ele está?

Joan olhou para o sepulcro à nossa frente, lembrando-se da noite da festa de natal em que nos vira dançar, lembrando-se como se sentira naquele momento, soube o quanto estava errada por nos manter afastados. Fê-lo por temer o passado. Agora sabia que a cada passo um mal maior crescia. Se não usar a magia apropriadamente o seu custo é incalculável. No seu pensamento acreditava ter criado esta confusão na minha mente e, sem magia, iria trazer-me de volta. Colocou a sua mão no meu peito e disse.
Joan: Ele está no teu coração, eu sei que está. Como estás no dele. A tua bondade e generosidade o conquistaram. Ele ama-te! Sê fiel a ti própria e o saberás. Nunca te esqueças disso.
Rose: Porque sinto tanta dor no peito?
Joan: Lembraste da noite de Domingo? Ele viu-te entrar e esquecendo-se do mundo em vosso redor… Caminhou até ti, segurou a tua mão e convidou-te a dançar. No seu olhar tu viste o amor que sente por ti, no toque da sua mão sentiste a sua força, ele nunca te deixaria cair… Deixa o amor entrar! Sente-o, ele é parte de ti.
Rose: Aaaah… Ele estava lá. Eu o vi através do fumo. Estava sobre os seus joelhos. AAAAHHH!
Joan: Rose?!
Rose: Rebecca! Queima, QUEIMA… AAAHHH! – Ele estava lá… Eu o vi através do fumo. Sobre os seus joelhos, com uma trela ao pescoço, os braços presos... Ele lutou para se libertar… Ele estava lá…
Francis: Somnun! – Com um gesto seu fez-me adormecer.
Joan: Francis?! – Admirada segurava-me nos seus braços, quase sem força. - Como…
Francis: Nós temos muito que conversar, mas agora ela é a nossa prioridade. – Fechou a porta do Mausoléu, dirigiu-se ao sepulcro e abriu-o.
Joan: Como estás aqui? O que estás a fazer?!
Francis: Ele é mais forte que nós. Sua Majestade! – Com uma vénia cumprimentara Mikhael. - Pode dar-nos uma mãozinha?!
Mikhael num flash se colocou junto a Joan aparando-me em seus braços.
Joan: Como sabias abri-lo?
Francis: Tantas perguntas e tão pouco tempo. Infanta, acredito que tenha uma pedra para ir buscar.
Joan: Do que estás a falar? E o que estás a fazer aqui?
Seth: Eu levo-a até ao teu quarto.
Joan: Não! As coisas da minha mãe e da minha irmã estão lá, leva-a para um dos quartos de hóspedes.
Francis: Com todo o respeito, creio que ela estará mais segura aqui, pelo menos até quebrarem o ciclo….


Comentários

Mensagens populares