A Ceia de Natal (T1 Ep.14-9)
O
nascer do sol chegou demasia rápido. Acordei sobressaltada com a luz intensa
que invadia o meu quarto. Prometera ajudar a mãe com as refeições para logo. Não
ouvira o despertador e já era quase meio-dia. Tanto ainda havia a fazer.
Rose:
Desculpe mãe, deixei-me dormir.
D.
Marya: Não faz mal. Tens andado cansada. Fazia-te bem dormires um pouco mais de
quando em vez, sabias?
Rose:
Sim eu sei, mas…
D.
Marya: Que sorrisinho é esse?
Rose:
A mãe importa-se que tenha convidado mais uma pessoa para o jantar?
D.
Marya: Claro, não há problema! É Natal são todos bem-vindos, não é assim? –
Embora seja de facto Natal ela é sempre assim, generosa e compreensiva. Adora
ter a “casa cheia” como lhe chama. – Um namorico da escola?
Rose:
Não, não! Nada disso.
D.
Marya: Hum huh. Definitivamente um namorico!
Rose:
A sério mãe, não é nada disso!
D.
Marya: Está bem! Então quem é?
Rose:
É um dos professores do Charlie, tive a oportunidade de falar com ele na festa
da cidade…
D.
Marya: Oh… O da dança!
Rose:
Ele não é de cá, por isso pensei que…
D.
Marya: Será muito bem-vindo!
Rose:
Obrigado!
“Bem,
correu melhor do que esperava! Será que ela sabe algo que eu não? Não, nada
disso, já tens a cabeça cheia o suficiente, não precisas de pôr mais minhocas
nos teus pensamentos.”
Mini-pizzas,
patês, doces de abóbora e cenoura, torradinhas, salgadinhos… preenchiam uma
parte da mesa para os petiscos antes do jantar.
Aos
poucos os meus irmãos e amigos foram chegando com as suas sacolas em mãos,
todos menos a Lea. Acho que a sua ausência é uma das razões pelas quais a mãe
tão rapidamente aceita novas visitas. Com o passar do tempo os filhos vão
aprendendo o seu próprio rumo, por vezes, longe dos pais. A esperança de que os
seus filhos, independentemente da idade, sejam tão bem recebidos como recebe os
de outrem, dá-lhe algum conforto na distância.
A
hora da ceia aproximava-se e ele não estava aqui. Até os amigos do Charlie que
chegavam mais atrasados, acabam de entrar!
D.
Marya: O teu amigo Rose? Liga-lhe!
“Eu
até o faria, mas não tenho o seu número, ou qualquer outro contacto!” Pensei.
Charlie:
Rose, queres vir connosco nas cantigas logo?
Rose:
As minhas cordas vocais não são muito boas, mas obrigado Charlie.
D.
Marya: Por favor! – Bateu com a colher copo – Atenção! A mesa está pronta.
“Ele
não vem!” Olhei uma última vez para a entrada, mas nada… Tinha uma pequena
esperança que aparecesse! Dirigimo-nos, então, à garagem, enquanto olhávamos os
lugares, procurando o nosso nome nos papéis, coloquei um sorriso para disfarçar
a minha tristeza, acenando cordialmente aos presentes. O seu estava mesmo à
minha frente. Estiquei o braço para alcançar o papel e o retirar dali. Não
queria passar o resto da noite pensando “e se”, quando ouvi uma voz da porta…
Seth:
Boa noite! Desculpem por interromper. – O meu coração parou ao ouvir a sua voz!
D. Marya: Oh, professor
Seth. Não
tem importância. Entre! Chegou mesmo a tempo.
Seth: Isto é para si. – Disse estendendo
um saco que trazia na mão.
D.
Marya: Obrigado! Sinta-se em casa. Na ponta da mesa tem o seu nome marcado.
Com
a indicação da mãe iniciou a sua deslocação na minha direcção. A cada passo os
olhares voltavam-se para si. Rapidamente desdobrei o papel e voltei a coloca-lo
no sitio, mesmo no preciso momento em que ficou parado à minha frente!
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