15º Episódio - Será toda a Verdade? (T1 Ep.15-1)

Quem sou eu?
Joan: Katarina?!
Rose: Não. Eu sou a Rose! Eu não sei… Estou tão confusa. – Estava lavada em lágrimas. – Eu preciso saber… Porque ele me abandonou?
Joan: Por favor acalma-te. Não estás a fazer sentido algum.
Rose: Não, não, não! Não vão voltar a fazer-me isto. Não me vão fechar outra vez.
Joan: Não Rose!
Rose: Chuu, Não digas nada. A minha cabeça… Ela está aqui…
Joan: Quem está aqui Rose?
Rose: Está dentro de mim. Eu sinto a sua dor. Ela está arder, a minha pele está a arder! Ele observou e nada fez. Ele abandonou-a, ela está em sofrimento. Eu sinto a sua dor. Ela está dentro de mim.
Joan: Eu estou aqui… – Pousou a sua mão sobre o meu ombro, tentando acalmar-me, mas a sua magia não funcionou. No instante em que tentou sentiu uma repulsa, a magia de Francis persistia. – Diz-me, o que se passou Rose?
Rose: Eu vi a sua vida, vi os seus sonhos, ele estava em todos eles. Eu senti-a. A sua dor era a minha dor, as suas memórias eram as minhas memórias. Ele era parte da sua imaginação, tal como da minha. Ele estava lá e partiu.
Joan: Quem partiu Rose?

Rose: Ele não é real… Mas eu o conheço!
Joan: Quem te abandonou Rose? Qual o seu nome? – A cada menção que a Joan fazia do meu nome era como se me puxasse de volta, os flashes pareciam compartimentarem-se, uma linha do tempo criava-se.
Rose: Mikhael… Ele viu-a arder e nada fez. Ela gritou por ele… Continuava gritando e ele partiu, ele abandonou-a como um cobarde.
Joan estava incrédula com o que escutara. A tristeza no meu olhar era profunda, nada mais via. Estaria o passado destinado a repetir-se?!
Joan: Vem comigo. Tens de te secar antes que adoeças.
Rose: Ela quer ficar, precisa de respostas.
Joan: Quem quer ficar Rose?
Rose: Eu fora chamada Katarina…
A Joan olhava para mim admirada, agora sabia-o, um ciclo se iniciara.
Joan: Porque dizes isso?
Rose: Eu lembro-me de tudo! Tu estavas lá, Elizabeth estava lá, eu tivera outra família… Ele estava lá, em todos os seus sonhos. Sonhara com uma vida que nunca teve. Ela costumava vê-lo tal como eu o via, eram felizes correndo pelos jardins. Tivera os mesmos sonhos que eu tivera, contudo, sentia-o de uma forma diferente, tinha um peso no coração. E então mostrou-me… Como na tua história, nos seus sonhos fora perseguida, capturada e executada… Sentiu cada momento como se o estivesse a viver, quando mo mostrou eu senti também, senti a mim pele arder, era insuportável. Senti uma dor no meu coração como se fosse esmagado. Estava em tanto sofrimento… Não conseguia esquecer a sua imagem, era como se ele estivesse presente sem estar lá. A sua mente ficou presa ao momento em que ele lhe virou as costas… Ele fora a sua última memória antes de fechar os olhos. Consegues compreender? Amar assim alguém e esse alguém arrancar-te o coração! – A Joan ajoelhou-se a minha frente assentindo à minha pergunta. – Tal como a sinto, ela sentiu Anastacia… Ela não o conhecia, mas amava-o. Gritara o seu nome uma e outra vez… Ele nunca veio. Ela não conseguia viver assim, eu não conseguia viver assim. A dor era demasiado forte. Ninguém veio… Eu não conseguia viver assim… Fui, então, até ao penhasco, supliquei a Deus que me recebesse… Mikhael estava lá, nas nuvens vi a sua imagem, com os ventos a sua voz dizia-me que reencontrar-nos-íamos outra vez… Soube, então, que ele não era mais parte deste mundo, o mundo dos vivos. Senti a brisa e deixei-me ir ao seu encontro. Eu o perdoei, como vos implorei perdão pelo que fiz. Esperando reencontrar-me com ele no descanso eterno. Mas a minha alma se perdeu e nunca lá cheguei. Ele nunca veio por mim. O tempo desvaneceu, tudo a minha volta era nada, um imenso vazio assim como o que eu me tornei.

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