Um Desejo de Natal (T1 Ep.14-2)
Curto foi o momento que se seguiu. Tanto havia que eu queria
perguntar. As luzes festivas do edifício que nos conduzia o caminho alertavam-me
para as várias presenças pelo jardim. Então mantive o silêncio até chegarmos
mesmo junto de uma das portas de acesso ao salão de baile.
Rose: Uma vez mais obrigado!
Seth: Não vais entrar?
Rose: Eu… Eu preciso de ir retocar a maquiagem. - O meu olhar emaranhado
buscava como uma prova da sua existência, ao mesmo tempo que temia alguém se
aproximar e questionar a nossa proximidade, ansiava por tal acontecer.
Mikhael reparou no meu embaraço e assentiu com um até já. Todavia,
o seu toque suave no meu braço deixou-me um aperto no peito. Estaria ele delicadamente
a se despedir?! Afastei-me sem olhar para trás. Como o queria ter feito. Como lhe
queria pedir que ficasse.
Eu sinto que preciso de o conhecer, porém, saber que busca pela
sua Anastacia faz-me recuar. Apenas o poderia conhecer se ele se permitisse
conhecer-me, a mim, Rose. Teria de me impor para tal acontecer. O carinho que
sentia por este estranho, não me deixava avançar. Quebrava-me por dentro não
ser a sua amada, mas, muito mais doía, saber que jamais se aproximaria de mim,
por ser simplesmente eu.
Joan: Oh, Mikhael. Graças a Deus. – Disse esbarrando com este no
salão da festa.
Seth: O que se passa?
Joan: Eu… Eu falei à Rose sobre as suas origens. E ela
desapareceu. Já a procurei por todo o lado, não a encontro.
Seth: Calma, Rebecca. Ela está bem.
Joan: Como sabes? Eu não devia ter-lhe contado. Pensei que aqui
estaria segura e mesmo assim…
Seth: Rebecca, Rebecca! Olha, ela está bem… E acredito que tenham
muito que conversar, mas dá-lhe, pelo menos, esta noite. Quando estiver
preparada irá ter contigo. Por agora, com a tua licença. – Esquecendo-se do
mundo em seu redor, dirigiu-se a mim, estendeu-me a mão – Milady – e
convidou-me para dançar.
Rose: Estás aqui?
Seth: Bem, depois desta noite acho que não terás mais dúvidas se
sou de carne e osso.
Rose: Sabes que estão todos a olhar?!
Seth: Eu sei, mas… - Olhou-me bem nos olhos e esboçando um sorriso
tão doce, disse. - É Natal e neste momento só existes tu e eu. Minha pequena
Rose.
Corei com as suas palavras. Não sabia dançar assim tão bem, porém,
pelas suas mãos deslizava, fluindo ao som da música. Era muito mais do que
imaginara. E… Ele chamou-me pelo meu nome… O reflexo das suas palavras estava
no seu olhar, fixado em mim, exercendo um certo domínio. O meu fascínio era
pleno pela confiança que transpunha segurando o meu tronco, delicada e
firmemente. Tal é o avassalamento de emoções sobre mim, que sinto ser ele que
me mantêm de pé, ser ele o meu pilar e apenas ele e eu existimos neste
momento...
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