Se não ficarmos unidas acabamos por nos perder (T1 Ep.13-9)
Sábado, 30 de Novembro
Desde
a última conversa que tive com a Joan que esperava ela dar o próximo passo. Em
vão. De dia para dia a minha revolta era maior. Eu tinha demasiadas perguntas
sem resposta. Estava desapontada e temia já não haver o sentimento de amizade
que nos unia.
Por
mais que pesquisasse não encontrava nada sobre a sua família, apenas folclores
sobre bruxas e outras criaturas míticas capturada e executadas pelos seus
feitos serem associados às trevas. Embora nos dias de hoje não fosse comum
ouvir falar sobre o assunto, a verdade é que ouve uma época que esteve
instaurada uma verdadeira caça às bruxas. Não queria acreditar no que os meus
olhos viam, como poderia o ser humano ser capaz de tanta crueldade! Seria este
o seu fardo pesado?
O
que me deixava cada vez mais intrigada, era não encontrar uma única referência
à sua família. “Seria ela a única da sua linhagem com este dom?” Todos nós
temos descendência, por mais difícil que possa ser encontrar os laços de
sangue, não é impossível, mas aqui não havia registos! “Como é possível? E
Porquê?”. Duas perguntas que não me saiam do pensamento.
As
minhas suspeitas levavam-me, de novo, até ao Mausoléu. “Eu já lá estive com a
Joan, fica num nível mais elevado do jardim por detrás da casa da sua avó. Todo
aquele espaço é amplo, poderia facilmente conter uma biblioteca oculta. É lá,
tem de ser.”
A
minha intuição dizia-me que se encontrasse a Biblioteca Ancestral, encontrava
as respostas que procuro. “Preciso de uma chave, ou de sete! Decerto que está
bem protegida. Talvez com um feitiço… Como quebro um feitiço?!” Continuava a
minha pesquisa, na esperança de encontrar algo, o difícil era não saber,
exactamente, o que procurava.
Sem
dar conta do tempo passar, rapidamente a hora de almoço chegou. Estava tão empenhada
que nem dei pelo telemóvel vibrar. “Três mensagens da Dianne, vai ficar furiosa
por não ter aparecido! Antes que o estrago estivesse feito telefonei-lhe a
pedir desculpa.
Dianne:
Por onde andas, Rose?
Rose:
Desculpa Dianne! Meninas, desculpem. Estou a sair agora da Biblioteca, tinha um
trabalho em atraso. Deixei-me levar pelas horas. KoffyBreak?!
Dianne:
Sim, já cá estamos. Diz-me o que queres, para adiantar o teu pedido.
Fui
ao encontro das meninas no KoffyBreak. Tínhamos o dia de hoje para finalizar as
decorações de natal na escola e preparar as trocas de prendas.
A
nossa escola tem como um dos seus princípios promover o contacto entre os
alunos e a partilha de experiências. Na época natalícia montamos uma bancada,
na sala de informações da Associação de Estudantes, com duas urnas, uma cheia
de papelinhos com o nome de cada aluno, a urna “A”, a outra está vazia, a urna
“B”. Durante as duas semanas que antecedem o final do período cada aluno passa
por lá, regista o seu nome, tira um papelinho e entrega-o ao aluno que está de
turno na bancada. Este, por sua vez, coloca o nome do papelinho no sticker para
a prenda e o nome do aluno no voucher. Podemos usar os voucher em vinte lojas
que fazem parceria com a escola. É um máximo, assim, todos os alunos, sem
excepção, podem participar.
Depois
da urna “A” estar vazia e a urna “B” cheia, retiramos os papelinhos e
confirmamos todos os nomes. A verdade é que na primeira semana o trabalho fica
todo feito. A expectativa de quem tem o nosso nome fica no ar, bem como a
esperança de que esteja com o nosso namorico de escola, aquela pessoa por quem
temos uma admiração e até hoje ainda não fomos capaz de lhe dizer!
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