Quando o Orgulho se apodera (T1 Ep.13-6)

Segunda-feira, 18 de Novembro
O fim-de-semana passou e não obtive qualquer resposta da Joan. Eu podia, apenas, imaginar o que andaria a fazer. Conhecendo-a como a conhece, não é de ficar sem respostas. E sendo ela “toda-poderosa”, o seu interesse por Francis, não ia ficar por uma simples pergunta, de certeza.
Ao chegar à escola, junto da porta para a sala de aulas, já se encontrava a Joan. Sabia que lhe devia um pedido de desculpas, as minhas palavras para com ela tinham sido demasiado agressivas. Mas a minha acção mais não era do que uma reacção as suas atitudes para comigo. Deixei o orgulho vencer e, embora tenha-me custado mais do que queria admitir, passei por ela sem lhe dirigir uma única palavra.
Entrei na sala para pousar os livros no meu lugar e vi que os cadernos da Joan não estavam no sítio do costume, mesmo ao meu lado. Quando me dirigi novamente ao corredor, junto da Joan estavam as meninas.
Dianne: Meninas, temos de nos reunir. A Festa de Natal da escola está próxima, logo de seguida vem a da Cidade, ou seja, o nosso concerto! Detesto admitir, mas estou nervosa, preciso de todas juntas.
Monic: E não nos esqueçamos… O aniversário da nossa Dianne!

Dianne: Pois, exactamente, temo ser esquecida no meio de tantos preparativos.
Rose: Oh! Nós nunca nos esquecemos de ti.
Unimo-nos em círculo, num grande abraço, mas a Joan estava apreensiva. Deixou-se estar sentada, no parapeito da janela. O seu olhar triste, desapontado, não passou despercebido a Monic.
Monic: Meninas, temos aqui uma emergência.
Sofie: O que se passa Joan?
Joan: Hum!? Nada meninas, estava embrenhada nos meus pensamentos. Desculpem! Festa de Natal, aniversário da Dianne, sim, estou dentro. Podem contar comigo, para o que precisarem.
Dianne: Ah, é verdade! A Rose mostrou-nos o vosso projecto…
Joan: Sim, eu sei. A Rose mandou-me mensagem. Desculpa Rose, não ter respondido, mas a minha mãe bloqueou-me mensagens e chamadas.
Sofie: De castigo?!
Joan: Yap.
Rose: Oh! Não sabia…
Dianne: Bem, vocês esmeraram-se! Estão de parabéns. É um projecto muito bonito.
Joan: Obrigado Dianne, mas é tudo ideia da Rose. Eu só estou a ajudar. Como farei sempre que precisar.
Se o arrependimento matasse, estava completamente estendida no chão agora. Crescer não é fácil, cometemos imensos erros pelo caminho. E sempre que achamos que já descortinamos o que nos envolve, a atitude de outrem, prova-nos o contrário. A única, verdadeira forma de saber distinguir o certo do errado é ouvirmos o coração.

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