A Confiança é como um Espelho (T1 Ep.13-2)
A
ideia de estarmos todas em conflito quebrava-me por dentro. Eu, apenas, tentei
seguir o meu sonho e este é o resultado… - “As meninas não deixam de ter razão!
Porquê que não consegui subir àquele estúpido palco!? Aquela estúpida máscara!
Porquê que não consigo controlar os meus medos!? Porquê!?” – As lágrimas
surgiam-me, a dor no peito era forte, tão forte quanto a revolta que estava a
sentir. Por momentos a minha vida parecia estar a ser guiada, o meu destino não
me pertencia…
Joan:
Rose, espera! Por favor.
Rose:
Diz Joan! – O nó na garganta de segurar as lágrimas doía como um ferro ardente.
Joan:
O Francis, como o conheceste?
Rose:
Inacreditável.
Joan:
Por favor, eu preciso saber.
Rose:
Para quê? Para aplicares mais um dos teus castigos?! Ele nada fez a não ser defender-te
das minhas acusações. Deixa-o em paz. Deixa-me em paz!
Joan:
Das tuas acusações… Oh, eu entendo. – Estava ofendida, conseguia perceber pelo
seu olhar, virou costas e seguiu o seu caminho.
Eu
não a queria magoar, no meu coração eu sabia quem, realmente, era a Joan, mas antes
que pudesse reflectir sobre o que dizer, já o tinha dito.
Continuava
assustada e, embora Francis me tenha dado uma brecha de esperança, precisava de
respostas, precisava de certezas.
Com
o passar dos dias a espera por um contacto dele começava a fazer-se sentir
insuportável. – “Por que não lhe pedi o e-mail ou número?! Sou tão estúpida!”.
Tudo
o que descobrira até agora tinha sido por desconhecidos. Como a Joan me pode
fazer isto!? Sentia como se ela me tivesse largado a bomba nas mãos e fugido.
Durante
a semana, não mais se falou na discussão de Domingo. A Joan e eu agíamos cordialmente
junto das meninas e, embora soubessem que as pazes estavam por ser feitas, elas
respeitavam o nosso espaço, o nosso tempo.
Eu
sentia-me culpada por esta situação, depois de tudo a Joan e eu estávamos cada
vez mais afastadas. Ao olhar para as minhas peças sentia a sua falta. As nossas
conversas, mesmo sem sentido, davam ânimo ao quarto de costura, ou como ela
gostava de chamar, ao nosso local de trabalho.
A
cada ponto o meu pensamento tendia a fugir. Tinha a cabeça demasiado cheia,
Francis, Elizabeth, Anna, Joan, Mikhael ou Seth, as meninas, o projecto, a
escola, os treinos… E esta sensação, o medo de perder o controlo.
Tinha de por a minha cabeça no trabalho,
concentrar-me, sem deixar que o passado me apanhasse de novo. Se o que
Elizabeth disse é verdade, não iria deixar a lucidez escapar-me, não desta vez.
Então,
decidi começar a por um ponto em cada conto. Prioridade, as meninas! As suas
amizades eram importantes para mim e queria que o soubessem, então convidei-as
para passarem cá por casa este fim-de-semana. Queria mostrar-lhes o trabalho
que a Joan e eu andávamos a desenvolver, mas mais do que isso, queria
mostrar-lhes que não estão de parte. De todo!
Comentários
Enviar um comentário