Na Garagem da casa de Sofie
Dianne:
Então? Porque esconderam-nos a verdade?
Rose:
Não queríamos esconder, essa nunca foi a nossa intenção.
Dianne:
Então vocês criaram a Kat Rose Fashion? Eu sabia!
Monic:
Deviam ter mantido o segredo mais tempo. Agora ninguém a cala. – Disse num tom
de brincadeira, numa tentativa de desanuviar o ambiente, que se avizinhava
tornar-se numa tempestade.
Dianne:
Mas porquê que não nos disseram nada? Eu sei que és envergonhada e o resultado
de estares a fazer discursos em público, todas, sabemos qual é. Mas nós somos
as vossas melhores amigas, guardávamos o vosso segredo!
Rose:
Nunca pensei que tomasse estas proporções! Não queria vos iludir e depois não
estar ao nível das vossas espectativas. A Joan insistiu tanto para mostrar a
minhas peças, que acabei por concordar. Mas de uma pequena demonstração
passamos a ter a aderência das pessoas, as encomendas… Uma coisa levou a outra,
o sonho começou a crescer, a vontade de trabalhar era cada vez maior. E antes
que assumíssemos qualquer coisa queríamos acabar o plano de negócios…
Dianne:
Uau! Estão a criar um plano de negócios?! E mesmo assim deixaram-nos de parte!
Joan:
É verdade meninas! Não queríamos excluir-vos, mas o projecto tem-nos tomado
muito tempo e como vocês têm a claque, a natação, a banda. Eu insisti para
mantermos o assunto entre nós.
Dianne:
Oh! Essa é nova! Desde quando é que tu te escondes das luzes da ribalta?!
Joan:
Eu não me escondo, simplesmente não vou tomar os créditos de um trabalho que
não é meu! As criações são da Rose e irei sempre respeitar a sua vontade.
Por
um relance vi a Joan que conhecia, determinada, sem receios, sem
comprometimentos e, então, intervim.
Rose:
Eu peço desculpa meninas. Eu queria contar, mas pedi a Joan um tempo. Mas pelos
vistos nem todo o tempo passa por igual. Passou demasiado rápido para nós e
demasiado lento para vós.
Sofie: O que é que se passa entre vocês as
duas? Vocês andam estranhas!
Joan:
Como assim?!
Dianne:
Mais um dos vossos segredinhos?
Joan:
Engraçado falares de segredinhos, como se cada uma de vós não tivesse algo que
guarda só para si.
Rose:
Joan!
Joan:
Não! Agora vão-me ouvir. – Estava, claramente, aborrecida com a insistência da
Dianne. - Eu fico sempre para vos apoiar, seja qual for o problema eu estou lá
para vos ajudar, para vos proteger e há mais pequena oportunidade serves-te
dela para me crucificares? Nós não vos contamos por isto mesmo, pela tua ideia
de controlo. É o projecto da Rose, é ela que tem de tomar as decisões…
Rose:
Já chega! Sofie, desculpa! É bom ter-te de volta. – Dei-lhe um abraço de
despedia e agarrei nas minhas coisas. – Meninas, vemo-nos amanhã nas aulas.
Monic:
Rose, espera. Não vás assim.
Rose:
Já viram no que nos estamos a tornar. Eu não quero ser assim, era para estarmos
a celebrar a nossa amizade, as vossas conquistas, o vosso sonho, mas o meu
meteu-se no caminho…
Dianne:
Rose, não é nada disso!
Rose:
Eu percebo Dianne, a sério que percebo, mas esta troca de acusações não serve
para nada. Não estou a fugir da discussão. Eu adoro-vos e sinto que se
continuarmos por este caminho ainda acabamos por dizer algo de que nos vamos
arrepender. Por isso, não me levem a mal, mas eu só quero ir para casa.
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