Tu és uma Bruxa! (T1 Ep.11-14)

Durante a hora seguinte a Joan estava agitada, parecia esperar apenas que soasse a campainha. Já a conseguia ouvir a inventar uma desculpa para não ir ao hospital. Assim que a aula acabou, as palavras da Joan surpreenderam-me.
Joan: Finalmente. Vamos ver as meninas!?
Estaria eu a delirar?!
Chegamos ao hospital, as meninas estavam despertas, os seus rostos tinham uma nova cor, os seus sorrisos cheios de brilho.
Dianne: De volta Rose?! Nós estamos quase de saída, não precisavam vir.
Rose: Precisava sim…
Sofie: Quase de saída como quem diz.
Joan: Então, como se sentem?
Monic: Melhor.
Sofie: Muito melhor.
Dianne: Desejosa de ter uma refeição caseira.
Todas: Ahahaha.
Rose: Já sabem quando têm alta?
Dianne: Eu e a Sofie depois do almoço estávamos liberadas, mas como a Monic teve de fazer mais uns exames, ia ficar mais vinte e quatro horas sob observação, então pedimos para ficar também.
Monic: Eu estou bem. Foi só o susto.

Joan: O que se passou?
Monic: O meu coração parou ontem, mas como os médicos disseram, tivemos, todas as três, recuperações milagrosas.
Sofie: Meninas, como foi a escola? Muita matéria nova?
Rose: Quando regressarem têm imensas surpresas. O susto que nos deram foi grande, lá na escola, junto dos vossos cacifos, alunos e professores, deixaram flores com cartões, desejando as vossas melhoras. Têm, praticamente, um altar das FairyTailors à vossa espera.
Trocaram olhares entre si de satisfação e alegria. Por detrás do meu sorriso escondia não só a preocupação com elas, como com a Elizabeth. Em menos de vinte e quatro horas quase que perdia as minhas melhores amigas e descobria uma outra faceta da que me era mais próxima. Estava assustada, mas precisava descobrir a verdade.
Sem uma resposta de Elizabeth era difícil, apenas através da Joan via a minha oportunidade.
Joan: Meninas desculpem, mas tenho de atender. – Dirigiu-se ao corredor, falou por uns segundos e regressou. – Minhas lindas, tenho de ir. Espero que amanhã tenham, todas, alta e cá estarei para vos acompanhar até casa. Rose, vens?
Rose: Não, vou ficar mais um pouco.
Dianne, Sofie e Monic: Até amanhã Joan. Obrigado pela visita.
Depois de a Joan sair, tentei recordar-me do caminho até ao armazém, onde encontrara Francis e Anna.
Dianne: Rose?!
Rose: Hum…
Dianne: O que se passa entre vocês as duas?
Rose: Nada, está tudo bem Dianne.
Enfermeira: Meninas, está na hora do descanso. A menina tem de sair, está bem?
Rose: Amanhã cá estarei, também. Até amanhã meninas!
Dianne, Sofie e Monic: Até amanhã Rose.
Dianne: Definitivamente passa-se alguma coisa entre aquelas duas!
A recuperação das meninas foi, realmente, milagrosa. Ainda estavam sob observação, mas, em princípio, amanhã já teriam alta. E de repente ocorreu-me – Ah, “Tenho de ir, Rose. É importante!”, “Na altura não compreendia, porque me deixaste, porque te farias mal! Até conhecer realmente a Stella, até conhecer a sua verdadeira natureza.” – Joan! Não pode ser coincidência, não é possível… Depois de tudo o que Elizabeth me contara ontem, a Joan apareceu preocupada… As meninas… O Kat… Stella… Joan, como foste capaz!?
Ao sair do hospital, decidi, então, ir ao encontro de Elizabeth. Refiz todo o caminho de volta ao velho armazém. O medo apoderava-se de mim, pois neste ambiente isolado, o que aqui se passara, aqui ficara.
Rose: Elizabeth, não! – Joan estendera a sua mão e com as suas palavras o corpo de Elizabeth se incendiara. O cheiro do fumo invadia todo o espaço.
Joan: Como é possível.
Seth: Feitiço de protecção. Sem a tua força não o vais conseguir quebrar. Precisamos de selar o corpo.
Joan: Mas… Ela está…
Seth: Com um feitiço desta natureza, duvido! O seu corpo foi preservado para o regresso do seu espírito. Elizabeth queria ser bela e jovem pela eternidade, por mais de quinhentos anos procurou a verdadeira imortalidade, ser indestrutível. Não creio que esteja.
Joan: Levamo-la para a Biblioteca Ancestral. Selá-la-ei no túmulo, junto da sua doce Anna.
Rose: Mikhael?! – Os meus olhos não queriam acreditar no que viam. – Joan?!
Ao ver o corpo de Elizabeth em chamas as lágrimas vieram-me aos olhos. Queria agir, fazer algo, mas o medo congelara o meu corpo. Não consegui fugir, não consegui mexer um único músculo. Tapei a boca, tentei engolir o choro, mas… - AHHH!
Joan: Rose?!

Fim do 11º Episódio – Magia e Proteção

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