Precisamos manter-nos unidas (T1 Ep.12-7)
O
que não sabíamos, nem podíamos ter adivinhado era a notícia que estava por vir.
Depois
das aulas seguimos todas juntas, com um quadro enorme em mãos, apesar dos
olhares, de por quem passássemos, fossem, um tanto ou quanto, incomodativos, os
olhares de Dianne e Monic, para mim e para a Joan, eram-no muito mais.
Eu
tinha mil e uma perguntas a exigir resposta, o único motivo que me segurava
eram as meninas. Não as podia afastar da Joan, não podia ser egoísta neste
momento.
Embora
as minhas suspeitas fossem, que a Joan estaria, de alguma forma, envolvida no
que lhes aconteceu, não a podia julgar com base em suposições. E contar-lhes
sobre Elizabeth estava fora de questão. Se a noticia se espalhasse não queria
imaginar o que Joan faria ou pior, o que fariam com ela se descobrissem a sua
verdadeira natureza.
O
silêncio era sufocante, mas diante de mim estavam três pessoas que estavam
prestes a perder o seu chão e iriam precisar de todo o apoio.
Sofie:
Entrem meninas.
Dianne,
Monic, Rose e Joan: Surpresa! – Gritamos exibindo o quadro da foto, em panorâmico,
do altar deixado para as FairyTailors.
Sofie:
Ah, que giro! Oh, vocês são tão queridas, obrigado meninas. – O seu sorriso
doce não escondia o inchaço dos seus olhos, como se passara o dia a chorar. A
Sofie adora a escola e ter de ficar em casa mais dois dias de repouso não era
opção sua, nem o único motivo da sua tristeza.
Rose:
Então, como estás?
Sofie:
Oh, eu estou bem, mas já conhecem a minha mãe…
Joan:
Trouxemos-te as matérias todas passadinhas, com todas as notas e apontamentos
possíveis de tirar, tal como tu gostas.
Os
olhos de Sofie enchiam-se de lágrimas, o que estava prestes a dizer cortava-a
por dentro.
Dianne
e Joan: Então?
Monic:
Falamos com tua mãe e pedimos para ires amanhã à escola.
Rose:
Não fiques assim Sofie.
Sofie:
Meninas… Ah… Eu não posso continuar na banda!
Dianne:
Porquê?! Sofie, por favor, não nos faças isso.
Sofie:
Desculpem, mas não tenho escolha. – Limpou as lágrimas que lhe caiam pelo rosto
e continuou. – A minha mãe… Ela acha que o que nos aconteceu foi culpa da nossa
música.
A
reacção da Joan, fortificava as minhas suspeitas. O seu embaraço, aos meus
olhos, atribuía-lhe a culpa do que se sucedera com as meninas.
Dianne:
Nós falamos com a tua mãe, talvez a façamos ver o quanto injusta está a ser!
Sofie:
Não vale a pena Dianne. Eu tentei, mas ela está irredutível.
Dianne:
Sofie, não pode ser. Não podemos desistir do nosso sonho assim!
Sofie:
Eu não quero que vocês desistam por mim. Nunca me perdoaria se o fizerem.
Monic:
Nós estamos juntas para o bem e para o mal!
Dianne:
Sim, é o nosso sonho. E não vamos desistir.
Monic:
O que estás a pensar fazer?
Rose:
Os exames meninas!? Os médicos não vos disseram possíveis causas?
Sofie:
Não!
Dianne:
Os médicos disseram que não tinham explicação, os exames mostraram que estamos
bem. Temos de fazer ver à tua mãe que está enganada.
Sofie:
Mas como? Estas coisas não acontecem por magia.
Com
as palavras de Sofie, olhei por momentos para a Joan, encarava o chão com o seu
olhar, ao levantar a cabeça, as suas bochechas vermelhas, o seu olhar
envergonhado pediam-me que mantivesse o seu segredo.
Sofie:
Amanhã embarcamos para o continente. A minha mãe quer que faça novos exames.
Joan:
Se não houver nada que te impeça de tocar, tenta falar novamente com a tua mãe.
Decerto vai compreender que é o teu sonho, que é o vosso sonho!
Dianne:
Sim! A Joan tem razão! Tentas? Nós vamos estar a uma chamada de distância.
Sofie:
Está bem, vou tentar.
Dianne
e Monic: Sempre unidas! – Expressaram num tom melancólico e abraçaram-se a
Sofie.
Dianne:
Venham cá vocês as duas. Abraço de grupo.
Rose:
Vai tudo correr bem, vão ver.
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