Na casa da Dianne (T1 Ep.12-5)

Rose e Kat
Mario chegou de fininho, bateu na janela e do outro lado já Dianne o esperava. Abriu-a deixando-o entrar. Com ele trazia um ramo de flores, grande e colorido.
Mario: São para ti.
Dianne: Obrigado. – De sorriso tímido, acrescentou. - Espera aqui um pouco. – Pousou as flores no banheiro e foi buscar uma jarra. Quando regressou continuou. – Sabes o que se passa entre a Joan e a Rose?
Mario: Não, porquê?
Dianne: Estão estranhas uma com a outra. Tenho uma ideia do que possa ser…
Mario: Então?
Dianne: Elas estão a trabalhar neste projecto juntas. Já viste os cartazes espalhados pela escola da Kat Rose Fashion?
Mario: Sim!
Dianne: Pois, são delas. Ou melhor, arranjaram este trabalho de verão…
Mario: Sim, eu vi-as na bancada do Festival, pensei que trabalhavam para a marca, não que a tinham criado.
Dianne: Ai é que está. Acho que esse é que é o ponto de discórdia entre elas. Ambas são muito trabalhadoras e reconhecem o sacrifício necessário para atingirem o que realmente querem, esforçam-se sempre muito, para dar o seu melhor e não aceitam menos que a perfeição. Mas têm uma diferença irreconciliável. Rose é extremamente envergonhada, enquanto Joan é, exactamente, o oposto. É super popular e gosta de receber o crédito pelo seu trabalho.

Mario: Desculpa, perdi-me. Achas que estão chateadas porque…
Dianne: Uma quer contar e a outra não. Eu conheço a Joan, ela tem andado estranha e coincidência, das coincidências, foi desde que começaram a planear o desfile para o baile de final de ano.
Mario: Do final de ano? Mas não começaram no verão?
Dianne: Do ano lectivo! Em Junho passado… Não estavas cá. Foi lindo, espera… Devo ter aqui o vídeo. A Rose e a Joan organizaram um pequeno desfile de abertura do baile, foi muito giro, nós desfilamos todas, todas menos a Rose. Ela fez o papel final, mas antes de sair ficou mal disposta, coitada, fica sempre nervosa na sala de aula quando tem de ir ao centro apresentar o trabalho, não é nada bonito de se ver. Agora imagina estar perante a escola inteira!?
Mario: Mas esta é ela, não é?
Dianne: Surpreendeu-nos a todas, quando saiu de máscara, mais o penteado, a maquiagem e as roupas, estava irreconhecível. E assim quis ficar. Não ficou para o baile depois.
Mario: Não as conheço tão bem, mas discutirem por, desculpa dizer-to, um pequeno detalhe? Não me parece uma atitude nem de uma, nem da outra.
Dianne: Hum… Não sei não. Elas escondem alguma coisa, eu sinto-o.
Mario: Já tentaste falar com elas!
Dianne: Não, ainda não! Nem me consigo desculpar por não ter percebido mais cedo que alguma coisa se passava entre ambas. Estamos no secundário, não tarda a caminho da universidade e cada vez mais os nossos caminhos parecem seguir diferentes rumos.
Mario: De rumos diferentes percebo eu, mas olha, nós estamos aqui.
Dianne: Pois estamos. Desculpa. Eu para aqui a tagarelar e nem perguntei, como estás, meu bem?
Mario: Feliz por te ver bem. Pronta para voltar à escola amanhã?
Dianne: Desejosa! O médico recomendou ficarmos de repouso até ao final da semana, mas não aguento ficar nem mais um dia que seja deitada... Que carinha é essa?
Mario: Dianne, quem é a Anastacia?
Dianne: Anastacia? Não sei. Porque perguntas?
Maria: No hospital disseste que Anastacia estava em perigo.
Dianne: A sério?! Não me recordo.
Mario: Acordaste por momentos, parecias nervosa, aflita e disseste que Anastacia estava em perigo!
Dianne: Eu não conheço nenhuma Anastacia, não sei o que possa ser. Tive foi um sonho estranho com a Rose.
Mario: Não estava mais ninguém com vocês no ensaio? O que aconteceu antes de eu chegar?
Dianne: Não, não estava lá mais ninguém! Não sei, estávamos a preparar os instrumentos, senti uma pressão no peito, uma dor de cabeça forte, ficou tudo turvo, os ouvidos zumbiam, a força nas pernas faltou-me e depois não me lembro de mais nada. Acordei já no hospital.
Mario não conseguia esquecer a expressão de Dianne ao acordar, a força que fez para retirar a máscara de oxigénio e falar dizia-lhe que era grave. Ele sentiu o seu desespero, precisava encontrar Anastacia.


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