Uma versão distorcida da história? (T1Ep.11-3)

 Elizabeth: Rose, este é o Francis, tal como a Joan, é um bruxo. Ele está aqui para nos ajudar. Se lhe permites?!
Retirou-me um fio de cabelo. – Au! – Com um passe de mágica elevou-o. Repetia, tal como tinha ouvido a Joan, uma expressão em Latim. Consegui perceber apenas a parte final “Invisibilia”. Fê-lo desaparecer.
Francis: Agora podemos ir. Não nos seguirão.
Rose: Quem está a seguir-vos? E porquê?
Elizabeth: Anda, vamos. Explicar-te-ei tudo quando estivermos seguros.
Saímos da biblioteca e seguimos para o exterior. Orientada pela Elizabeth, entrei no seu carro. Durante a viagem pouco se disse, mas quando chegamos ao nosso destino, a visão de um armazém velho, em decadência, alertava-me para me ir embora! A minha curiosidade levou a melhor e fiquei. Queria saber o que tinha Elizabeth para me contar, precisava saber o que, de facto, se estava a passar com a Joan.
Elizabeth: Esta é a minha grande amiga e protectora Anna. Ela também sofreu às mãos de Joan. Antes de avançarmos mais, preciso saber se estais à vontade com o assunto. Se te sentires mal, ou doente, é normal…
Rose: Normal?!

Elizabeth: A Stella, ou Joan, como a conheces, retirou-te as memórias. Para as recuperares terás de vivenciar tudo de novo, todo o sofrimento, toda a dor. Pode ser esmagador. Não podemos ter a certeza se, o contar-te a verdade, desencadeará as tuas memórias. Preciso saber se estás preparada se tal acontecer. Não quero que te magoes.
Rose: Eu estou bem. Quero saber a verdade!
Elizabeth: Está bem. – Anna entregou a Elizabeth um livro de aspecto velho, parecia uma espécie de diário antigo. – Em meados do século XV havia uma família padroeira de uma pequena vila, vila essa que acolheu a minha família, junto com outras que fugiam das terras doentes. – Folheando o livro, mostrava alguns desenhos com umas escrituras, a caligrafia não me era perceptível. – A família que nos acolheu, protegeu e cuidou, tinha uma menina da minha idade e junto com ela cresci, éramos grandes amigas. - Pegou neste pedaço de tecido de lona, rasgado e o desenho nele gravado parecia o meu rosto e o de Elizabeth. Parecíamos felizes.
Rose: Elizabeth, não pode ser. Eu… eu tenho recordação da minha infância. As semelhanças são notórias, mas… Não sou eu…
Elizabeth: Depois do teu décimo quinto aniversário, ficaste diferente. Dizias coisas sem sentido. Parecias estar a enlouquecer, até que acabaste por tirar a tua própria vida. – Com as palavras de Elizabeth invadiu-me o flash do penhasco, a Joan, Stella… - Na altura não compreendia, porque me deixaste, porque te farias mal! Até conhecer realmente a Stella, até conhecer a sua verdadeira natureza.
Rose: Do que estás a falar?
Elizabeth: Quando a confrontei, exigindo saber o que te tinha, ela, feito, ameaçou-me. Se falasse sobre a sua diferença, ou sobre o que realmente se tinha passado naquela tarde, arrepender-me-ia por toda a eternidade. Mas eu não a podia deixar sair em pune! Procurei ajuda, alguém que a pudesse deter, alguém com os mesmos poderes, mas sem a sua maldade. Procurei e procurei até que encontrei Anna.
Rose: Anna também é uma bruxa?
Elizabeth: Não mais… Stella certificou-se disso.
Rose: O que a Joan fez? Diz-me!?
Elizabeth: Enraivecida Stella cumprira a promessa que me fez, Anna tentara a deter para me proteger e sobre ela se estendeu a fúria de Stella, também. Pela eternidade apenas um ano estará acordada neste mundo, passando noventa e nove alimentando o mundo dos espíritos. Mundo onde Stella retira a sua energia, a sua força. Quanto a mim, por séculos vagueei por este mundo, com uma sede insaciável, vendo partir todos os que mais amei, uma e outra vez. Sentindo o sofrimento de estar só e saber que pela eternidade sempre o estarei. Depois de te voltar a ver, a sua ameaça fez sentido. Eu não compreendia, “os condenados a voltar… presos entre os mundos pela eternidade…” A sua maldade não tem limites. Quanto mais o seu poder cresce, maior é a sua crueldade. Ganha a tua confiança, depois a tua pena e por fim, suga-te o espirito. Com os seus castigos torna-te seu escravo, a fonte do seu alimento.
Rose: Oh, meu Deus! Se o que contas é verdade… - O meu pensamento estava a mil. Com as palavras de Elizabeth, muito fazia agora sentido. Flashes de imagens, que mais pereciam memórias, os desaparecimentos estranhos da Joan, o seu controlo sobre mim…
Elizabeth: Katarina, faz um esforço tenta lembrar-te. Nós precisamos da tua ajuda para a deter.

Comentários

Mensagens populares