O Kat e a sua Rotina (T1 Ep.10-9)

Estávamos orientadas no trabalho. A meio da tarde fizemos uma pequena pausa para o lanche, a qual, a mãe, aproveitou para tratar da máquina de roupa, enquanto isso, eu lavei a loiça do lanche e a Joan brincava com o Kat.
É impressionante a quantidade de horas que ele dorme! Nos dias de escola, não consigo precisar, mas quando estou em casa, passo a maior parte do tempo no quarto de costura, todavia, venho espreita-lo de quando em vez. E quando fazemos as pausas para o lanche se ele estiver acordado fica danado para a brincadeira. Por quinze a vinte minutos está cheio de energia, depois, já se vai deitando, mexe-se um pouco menos energético, até que acaba por ficar só a olhar para nós como se dissesse “vá, já está bom, já brinquei um pouco contigo! Agora deixa-me descansar um pouquinho. Vá, vai lá ao teu trabalhito.”
Após algumas repetições desta atitude, comecei a ficar, ainda mais, atenta ao meu bebezinho peludo e, sem exagero, ele dorme, ou pelo menos finge que dorme, cerca de catorze horas por dia. Ainda não fiquei nenhuma noite completamente acordada, para ver se está deitado ou se anda a passear pela casa. Já o senti algumas vezes a sair do quarto, mas acabei, sempre, por voltar a adormecer e não sei quando regressava.

Pelas manhãs, quando me levanto, fui notando que ele tem a sua própria rotina. Levanta-se também, vai à caixa de areia e depois segue para a cozinha, para esperar pelo seu pequeno-almoço. Depois vai até à rua. Antes de sair para a escola ou de ir para o quarto de costura, vejo-o no quintal a roçar as gengivas nas plantas. A meio da manhã, quando estou em casa, venho espreita-lo e lá está ele deitado no sofá!
Perto do meio-dia, começa a miar como quem pede o almoço. Come lava-se e volta a deitar-se. No lanche da tarde ou está a dormir, todo esticado, de volta no sofá, ou está na rua atrás de mosquitos, mas quando nos ouve sabe que um pouco de fiambre ou de peru o espera e vem a correr para dentro, com um miar baixinho.
Joan: De dia para dia, parece que está maior!
Rose: Tens essa perspectiva porque não o vês todos os dias. Para mim ainda é um bebezinho.
Joan: Também pode ser, mas está mesmo grande. Tão fofinho. Hum… - Quando a minha mãe saiu com o cesto da roupa continuou. - Rose, amanhã não posso vir.
Rose: Está bem. Não te preocupes, não há problema.
Joan: A tua mãe não fica chateada?
Rose: Oh tonta, claro que não! Ela ajuda no que puder, mas nós é que temos de ter a responsabilidade de levarmos o projecto para a frente.
Joan: E tu, não ficas chateada?
Rose: Gostava que soubesses que te podes abrir comigo, mas não fico chateada. Tens as tuas razões e eu respeito. - A Joan ficou pensativa, contudo, não acrescentou nada mais. - Olha, vou só ajudar a minha mãe a estender a roupa e já seguimos para o quarto de costura.
Joan: Eu ajudo também…
Rose: Não é preciso, a sério. O teu afilhado está a gostar do mimo.
Joan: Está bem. - Depois de seguir para o estendal a Joan apanhou uma folha do papel absorvente e guardou um pouco do pêlo do Kat. Num tom baixinho disse... - Ignis preciso da tua ajuda para encontrar a nossa descendência…


Comentários

Mensagens populares