O Amor nas suas várias formas (T1 Ep.10-12)
Não
conseguia adormecer, estava preocupada com o Kat! Várias foram as vezes que fui
à cozinha certificar que a portinhola estava aberta. “Onde andará o meu bebezinho,
deve ter-se perdido, ou pior, caiu num buraco, está ferido, precisa de mim…
Tenho de o ir procurar!” Estas eram as ideias que me passavam pela cabeça.
Decidi trocar o pijama por roupa da rua, calcei umas botas, vesti um casaco e
desci escadas abaixo.
Charlie:
Rose? Onde vais a estas horas?!
Rose:
Tenho de ir procurar o Kat, eu sei que ele precisa de mim… Caiu num buraco,
está ferido…
Charlie:
Olha as tontarias que estás a dizer. A esta hora tu é que cais de sono e ainda
te magoas. Volta para a cama, se ele não aparecer até amanhã, prometo ajudar-te
a procura-lo.
Rose:
Charlie, ele precisa de mim, eu sinto-o!
Charlie:
Então espera, eu vou contigo. Não faças barulho para não acordares a mãe.
Rose:
Obrigado Charlie, estou na cozinha à tua espera. – Agradeci com o alívio da
esperança de que nós os dois o conseguiríamos encontrar e com a companhia do
Charlie, sentia-me mais segura.
Segui,
então, para a cozinha e no instante em que me aproximava da porta de arco ouvi
um barulho. Algo havia rangido de encontro ao chão…
Rose:
Mãe?! Está aí?
Miuau…
Rose:
Oh, Kat. Estás bem! Por onde andaste meu pequenino?
Sentei-me
no chão junto a ele, de imediato saltou para o meu colo, querendo se recostar.
Apalpei-o, não senti feridas, não vi sangue, ele estava, aparentemente, bem!
Charlie:
Então, apareceu! Viste? Ele está bem…
Rose:
Desculpa Charlie, mas não ficaria bem se não o visse!
Charlie:
Leva-o para a caminha, está com tanto sono como nós. Que eu vou fazer o mesmo.
Rose:
Charlie… Obrigado!
Segunda-feira,
4 de Novembro
Quando
me levantei, ao ver que o Kat continuava na sua caminha, deixou-me muito mais
tranquila. Mesmo depois de o deitar, dormi muito mal. Nem me lembro se sonhei,
mas sei que não vi o meu príncipe Mikhael.
Aproximei-me
do Kat, fiz-lhe uma carícia e aconcheguei-o com a sua manta.
Rose:
Ontem, pregaste-me um valente susto!
Peguei
na mochila e segui para a escola. Com o alvoroço de ontem à noite, deixei-me
dormir um pouco mais. Já estava atrasada para as aulas.
Ao
chegar à escola o meu estômago reclamava de fome, a pressa foi tanta que me
esqueci de tomar o pequeno-almoço. Saquei do meu porta-moedas para ver se tinha
o suficiente para um snack. Ia completamente aluada ao que se passava à minha
volta até esbarrar em alguém…
Rose:
Peço desculpa. Vinha completamente distraída. – Com a mochila aberta, as minhas
coisas espalharam-se todas, de imediato baixei-me para apanhá-las, apoiando os
joelhos no chão…
Seth:
Eu ajudo-a, menina. – Disse acompanhando o meu movimento até ao chão.
Rose:
Tu… Mikhael!?
Seth:
O que disse?
Rose:
Peço desculpa. – Passando-me algumas das minhas coisas que apanhara, olhava
para mim confuso. – Obrigado senhor… - Ao tocar-lhe um flash do meu sonho
invadiu-me, mas não era a Joan que dançava com ele… Era eu. Que estranho,
pareceu-me uma lembrança. – Aí… A minha cabeça. – Senti uma dor forte, seguida
de uma tontura.
Seth:
A menina sente-se bem?
Rose:
Hum, sim! – “Tirando esta pontada na cabeça e a fraqueza nas pernas que não me
deixa levantar, eu estou óptima!” – Estou bem, obrigado!
Sorriu
para mim percebendo que não me conseguia levantar.
Seth:
Não lhe falta nada?
Rose:
Não, está tudo aqui.
Seth:
Então deixe-me ajudá-la a levantar-se.
Quando
me tocou, uma explosão de sentimentos me invadiu. Olhando o seu rosto, sentindo
o seu cheiro, o toque das suas mãos, levaram-me a outro tempo, outra época. Só
nós os dois, envolvidos pelos lençóis do nosso leito. Como poderia sentir tanto
amor por um estranho!
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