Como irmãs (T1 Ep.10-8)

Sábado, 2 de Novembro
Estava radiante, já não tinha medo dos pesadelos. Vê-lo, idealiza-lo acalmava-me. Como desejava que fosse real! Contudo, saber que nos meus sonhos podia sempre o encontrar, tranquilizava-me. Ao contrário da Joan, que, com os seus segredos, cada vez mais deixava pequenas ranhuras na nossa amizade. Eu não a queria julgar, nem o poderia fazer, para mim é como uma irmã.
Fez um ano em Maio desde que a Lea foi estudar para fora e, em parte, a Joan ocupou esse papel. As meninas ocupam muito do seu tempo com os treinos das suas actividades físicas e os ensaios da banda. A Joan e eu treinamos voleibol e ambas trabalhamos no mesmo projecto, por isso passamos muito tempo juntas. Mas este ano as coisas estão diferentes. E eu queria entender o porquê!
Rose: Joan?!
Joan: Ah… Desculpa. Disseste alguma coisa?
Rose: Está tudo bem? Pareces um pouco na lua!
Joan: Estava, estava sim. Já estamos em Novembro, temos de começar a trabalhar na decoração.
Rose: Foi isso que estiveste a fazer ontem?
Joan: Não… - Estava com um ar preocupado, mas senti que foi honesta. Embora não tenha sido completamente aberta sobre o assunto de ontem, não me mentiu. - Desculpa, as meninas ficaram muito chateadas?
Rose: A Sofie e a Monic ficaram na boa, mas já conheces a Dianne. Falhas com ela uma vez e ficas marcada. Provavelmente não te vai chamar mais para ajudar na associação. É melhor fazeres um pedido de desculpas épico.
Joan: Ajudas-me a pensar em algo? - Uma pequena abertura, para mim é o suficiente, por agora.
Rose: Claro que sim! Durante o almoço trabalhamos numa ideia, pode ser?
Joan: Obrigado Rose!

Não saber o que se passa com a Joan já me fez pensar em mil e uma coisas possíveis, já me deixou desiludida e já me deixou com raiva. Mas, por mais que a raiva no momento aparecesse, nestas pequenas conversas tudo parecia voltar ao normal. A nossa amizade estava a passar por uma montanha russa, mas no fim acabávamos sempre por fazer as pazes. Não me deixava mais tranquila, deixava mais alerta, mais atenta as suas preocupações e necessidades.
Durante o almoço discutimos ideias para um pedido desculpa digno de um feito heróico.
À tarde regressamos ao quarto de costura onde a mãe, também, já estava de volta.
Joan: Obrigado D. Marya pelo presente.
D. Marya: De nada minha querida. Estava a espera de te ver por aqui ontem! A Rose disse que tiveste de tratar de um assunto, está tudo bem com a família?
Joan: Está sim senhora! Fui até casa da minha avó, mas está tudo bem sim.
O ambiente parecia estar a ficar pesado. Conheço bem a Joan, não gosta de ser pressionada. As minhas perguntas, mais as da minha mãe, deixaram-na um tanto ou quanto constrangida. O que se notava pelas suas bochechas rosadas. Então, mudei de assunto.
Rose: Mãe, já tenho o vestido pronto, vou deixar aqui com o desenho onde tenho as medidas apontadas e os acessórios necessários a colocar com o forro. Joan, já tens os porta-auscultadores prontos?
Joan: Sim!
Rose: Então, ficas a tratar da decoração, pode ser?
Joan: Claro!
Rose: Puxa pelos conceitos, Red Carpet e Sunset Party.
Joan: Uau, a sério?!
Rose: Sim, quero o Glamour da Red Carpet e a diversão de uma Sunset Party. Céu estrelado, luzes, foco…
D. Marya: Estás empolgada! É uma ideia interessante, sim senhora. Já estou curiosa para ver o que vai sair daí.
Rose: É o nosso primeiro desfile para o público em geral, quero que seja uma experiência única, para nós e para quem vier assistir.
Joan: Olha a ideia que me deste, cada pessoa que vier ter o seu momento Red Carpet e oferecíamos a foto no final do desfile…
Rose: Eu adoro esta miúda, é como se me lesse o pensamento!

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