Na Biblioteca da Escola (T1 Ep.11-2)

 Elizabeth: Obrigado pela ajuda, significa muito para mim. Podíamos marcar algumas sessões? Estou mais do que disposta a pagar-te pelo incómodo.
Rose: Não é preciso! Aproveito para estudar também.
Elizabeth: A sério não me irei sentir bem se não aceitares. Com o teu projecto em curso… Desculpa! Não consegui deixar de ouvir a tua conversa com a Joan. Não te preocupes, eu sei manter um segredo tão bem como ela.
Já sentiste que te querem dizer algo, mas não dizem directamente?! Atiram-te estas dicas, vão batendo no assunto, instigando a tua curiosidade, fazendo-te suspeitar de algo que não está lá, porém, em vez de dizerem logo, esperam por perguntares?! Bem, eu estava com esse sentimento, a diferença é que neste caso eu sabia que a Joan me escondia algo. E suspeitava que esse “algo” era grave, que ela precisava da minha ajuda. De uma certa forma o jogo que Elizabeth estava jogando, já a Joan o tinha feito, também. Contudo, quando lhe perguntei sobre o assunto, não se abriu comigo. Ao contrário da Elizabeth, que tinha mais, do que eu poderia imaginar, para contar.
Rose: Elizabeth, se me queres dizer alguma coisa, está à vontade.

Elizabeth: Ok! Vou direita ao assunto. Tal como tu, também tenho um sonho e respeito-te pelo trabalho e esforço que tens dedicado à conquista do teu, mas o meu é um pouco mais complicado de se realizar.
Rose: Acredito que sim, mas com trabalho, dedicação e força de vontade, não há-de ser impossível. – Estava eu pensando que seria passar a Matemática, o drama de alguns adolescentes. Pois!
Elizabeth: Tens razão. A nossa força de vontade é algo extraordinário, tanto, que alguns seres, igualmente, extraordinários, conseguem usá-la para fazerem coisas que vão além da compreensão do comum mortal… - “Do comum mortal?!” Do que é que estás para aí a falar, rapariga! - …Diz-me, o que sabes tu sobre a imortalidade?
Rose: O quê?
Elizabeth: Sobre a mitologia de criaturas com formas humanas que vagueiam por este mundo durante séculos…
Rose: Vampiros?!
Elizabeth: Por exemplo. – Olhava para mim como se me observasse. Deixando um sorriso escapar, deu a entender que compreendia o brilho no meu olhar. O fascínio que o assunto “sobrenatural” provoca em mim.
Rose: Gosto de ver seriados e filmes. Mas não passam disso, de seres que vivem no nosso imaginário.
Elizabeth abriu a tampa do seu anel, expondo um bico, fino e afiado.
Elizabeth: Consegues manter o meu segredo?! – E picou o dedo, puxando o bico, rasgou um pouco mais. Uma bolha de sangue se formou. Levou o dedo à boca, limpou o sangue, mas não só… - Como novo!
Rose: Como fizeste isso? – Estava assustada, contudo, a minha curiosidade era maior. Como poderia alguém se cortar e instantes depois ter a pele, completamente, cicatrizada, sem qualquer vestígio de se ter magoado?
Elizabeth: Rose, a tua amiga não tem sido verdadeira contigo. Se hoje sou assim é por culpa da Joan. Se me deixares contar-te-ei toda a verdade.
Rose: O que te fez ela?
Elizabeth: Não foi só a mim. A ti também! Podemos ir para um lugar mais privado?
Rose: Elizabeth, se eu me cortar, tenho a certeza que não saro assim tão rápido.
Elizabeth: Não! O que ela te fez foi bem pior. O teu nome verdadeiro é Katarina e em tempos, fomos grandes amigas. Se vieres comigo posso provar-to!
Katarina! Onde ouvi este nome?! Olhava Elizabeth indecisa, de alguma forma o seu rosto começou a tomar traços familiares. Olhei em redor, a biblioteca tinha agora outra forma, parecia estar em casa, parecia… uma memória.
Rose: Está bem! Eu vou contigo.

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