Na Biblioteca Ancestral (T1Ep.10-5)
A
preocupação da Joan era descobrir quem estava por detrás dos acontecimentos de
ontem. No seu pensamento, se se mantivesse afastada, nós estaríamos em
segurança, pois o objectivo dos ataques seria testá-la, testar o seu controlo
sobre o seu dom. Porém, muito mais era a intensão escondida. Por mais forte que
Joan estivesse, sem motivação nunca cederia à vontade de Anna ou de Elizabeth e
este era o real medo de Joan, que as suas melhores amigas pagassem o preço, uma
vez mais, pela sua imaturidade em gerir um ataque, curvando-se, assim, à lei
absoluta do seu povo…
Lendo
livro após livro, procurava uma solução para localizar outros iguais a si. Lembrando-se
da sua primeira vida, da noite do ataque mais precisamente, sabia que poucos
foram os que escaparam, contudo a sua linhagem continuava não só pela sua
família.
O
feitiço de protecção no ginásio remetia o seu pensamento para a sua vida
passada. A época que perdera a sua querida Katarina para a insanidade. A época
que seu irmão, Mikhael, consumido pela dor da perda da sua amada Anastacia,
vagueava sem destino, sem amor-próprio. A época em que aprisionara Anna e
banira Elizabeth. Levava-a a pensar em Nina, uma boa alma que lhe devolvera as
propriedades a troco de nada. Apenas queria manter a história desta família
salvaguardada, a Benfeitora, como lhe chamou. E pelos conselhos desta, foi
então que Joan colocara um feitiço de protecção nas suas terras. Os impuros, permaneceriam
do lado da barreira que se encontrassem e ao não poderem passar ficariam
expostos, fáceis de identificar e banir! Com este acto despediu-se, da sua,
então, grande amiga, Nina.
A
essência do seu povo era pura. Proteger, viver e deixar viver era a sua máxima.
Se
havia outro igual a si, o ataque podia estar relacionado com o feitiço de
protecção…
Joan:
Mas não como Mikhael pensara. Não! Nós protegemos e foi essa a intenção.
Proteger! O recém-nascido atacou por desorientação. Por consequência, não por
origem… - Disse para si, completamente abstraída do que a rodeava. E por tal
nem dera pela chegada de Mikhael.
Seth:
Joan?
Joan:
Mikhael, nós estávamos enganados.
Seth:
Sobre o quê?
Joan:
Sobre a ligação dos acontecimentos de ontem. Um aconteceu como reacção do
outro.
Seth:
O que descobriste?
Joan:
Quando coloquei o feitiço de protecção nestas terras, foi para manter os
impuros fora, o terror porque passaste, não podia deixar que se repetisse. A
minha vontade foi proteger. Como o nosso povo, “Proteger, Viver e deixar Viver!”
Seth:
Mas, quem criou o recém-nascido e porquê que vos atacou?
Joan:
Não sei! Creio que estávamos no local errado, à hora errada. Não foi um teste
meu irmão. Há outra bruxa entre nós, uma aliada!
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