E as surpresas continuam (T1Ep.11-10)
Entretanto
o ambiente no Hospital tornou-se um pouco menos melancólico. A recuperação das
meninas era visível, o que trouxe a todos alguma tranquilidade.
Charlie:
Rose, acho melhor irmos. Elas precisam descansar e nós também.
Rose:
Tens razão. Mario vem connosco, se houver alguma coisa eles avisam-nos.
Mario:
Vão vocês meninos. – Antes de sair, agarrou-me pelo braço e acrescentou... - Rose…
Só uma coisa. Conheces alguma Anastacia? A Dianne disse que estava em perigo.
Sabes do que fala?
Rose:
Anastacia! Não, não conheço. Talvez alguém do sítio onde estava…
Mario:
Pode ser.
Mario
não parecia convencido, ele sentiu a preocupação no olhar de Dianne, mas eu,
realmente, não sabia do que se tratava.
Foi
uma noite atribulada, no entanto, a boa notícia era que as meninas, finalmente,
estavam despertas. Como o Charlie sugeriu, seguimos para casa, no meio de todos
os acontecimentos, ainda não tínhamos jantado e o corpo já reclamava de
fraqueza.
Rose:
Vou só ao quarto pousar a mochila, podes começar a colocar a mesa, se faz favor?
Charlie:
Está bem.
Ao
subir as escadas comecei a ver penas espalhadas pelo corredor. Na portinhola,
da porta do meu quarto, mais umas quantas e quando abri a porta…
Rose:
Oh meu Deus! Kat! O que é que fizestes?
Charlie:
O que se passa Rose? – Ao ouvir o meu alto tom de desespero, rapidamente subiu
as escadas.
Tinha
o quarto, completamente, revirado. As cortinas caídas, édredon rasgado, manta
desfeita, livros tombados, um pandemónio.
Rose:
A mãe vai ficar tão furiosa. O que é que lhe deu?!
Charlie:
Eu ajudo-te a limpar. Mas primeiro vamos jantar, estamos a precisar repor as
forças.
Rose:
Deixa-me ver onde ele está.
Chamei
e olhei no meio da barafunda, aqui ele não estava. Descemos para a cozinha.
Peguei numa das suas saquetas abri e voltei a chamar. E cá estava ele, como se
nada tivesse feito. Miando, pedindo para lhe dar a comida da saqueta. Dois
sustos seguidos e pela minha cabeça passava apenas, “ele está bem, ele está
bem”.
Rose:
Oh meu pequenino! A mãe deve ter razão…
Charlie:
Então?!
Rose:
Ontem desapareceu do nada, hoje isto! Chegou demasiado cedo à adolescência, a
fase da rebeldia.
Charlie:
Numa coisa estamos parecidos, na fome. Vamos jantar?
Rose:
Vamos, sim.
Depois
do jantar, fomos para o meu quarto limpar a confusão, anotar os estragos e
pensar numa forma de os compensar. Foi então que me surgiu a ideia… “decoração
para a casa”. As ideias começaram a invadir o meu pensamento. A cada parte
limpa visionava novos adornos, novas cores, novas formas.
Depois
de limparmos o meu quarto, já se fazia tarde e o Charlie foi arrumar as suas
coisas para o dia seguinte.
Acabei
por nem trabalhar no plano financeiro, nem nas peças, contudo, as ideias eram
tantas que precisava colocá-las no papel. E até o sono chegar, vários foram os
desenhos que concluí. Mas nem a perspectiva, nem o frenesim de os ver ganhar
vida, me impediram de sonhar com o estranho dos meus sonhos que, lá, se tornou
príncipe e hoje era de carne e osso.
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