No quarto de Costura (T1 Ep.9-9)

SSábado, 19 de Outubro
Querido Diário,
Esta semana passou rápido de mais. Já vamos com um mês de aulas e muito é o que me preenche o pensamento. Há toda uma outra parte em mim que anseia pelo desconhecido. Um lado meu que desabrocha com o sonho de uma outra vida idealizada pela esperança de voltar a ver Seth. Por vezes sinto-o tão perto que parece real, que o toque pelo qual tanto anseio outrora já o sentira. Devaneios! A minha mente começa a pregar-me partidas. Cansaço, excesso de trabalho seria exactamente o que a mãe diria.
No entanto, o trabalho nas peças está a evoluir de dia-para-dia, atrevo-me a dizer que a minha própria perícia se desenvolve de dia-para-dia. Sinto-me mais assertiva e convicta a cada traço, a cada corte, a cada costura.
Bem, não sou a única convicta das suas acções, a mãe continua a sua missão de acompanhamento das nossas notas e hoje que se juntou a nós não foi excepção. Hoje é Sábado e, como hábito que já se tornou, a mãe vem nos ajudar com as peças, mas não sem antes verificar os trabalhos da semana, das duas!
D. Marya: Meninas, trago aqui um lanchinho para ambas!
Rose: Obrigado mãe!
Joan: Obrigado D. Marya!
D. Marya: Primeiro vão buscar os cadernos e lavar as mãozitas, vamos lá! - A mãe tem um coração enorme, acho que o lado generoso do Charlie puxou completamente à nossa mãe, todavia, quando se trata da escola é, realmente, muito exigente. - Muito bem meninas! – Pegou nos dois cadernos e devolveu a cada uma de nós o correspondente.

Rose: Obrigado mãe!
Joan: A Dona Marya não precisa ter esse trabalho todo…
D. Marya: Preciso sim! Talvez agora não entendam, mas quando forem mais crescidas vão perceber. Compreendo o esforço que as duas fazem e estou muito orgulhosa de ambas, porém a escola é a vossa prioridade, a vossa responsabilidade.
Rose: Nós sabemos, mãe!
D. Marya: Vá, podem voltar ao corte e costura.
Rose: Obrigado mãe!
Joan: Obrigado D. Marya!
Rose: Ah… E mãe… Adoro-te! – Dei-lhe um abraço, ao qual a Joan se juntou e demos-lhe um beijinho em cada face.
Hoje e amanhã tinham de ficar prontas, pelo menos, mais seis peças. Durante a Semana, a Joan tratava de cortar os forros, entre outros afazeres e eu de moldar os tecidos, ou o croché, também, entre outros afazeres e ao fim-de-semana fazíamos a montagem com a ajuda da mãe.
Nestes dois dias o nosso esforço fora a dobrar, pois no próximo Sábado já estávamos a contar tirar o dia para estarmos com as meninas. E não podíamos arriscar deixar nenhum trabalho pendente ou fugir ao programado. O tempo era pouco e o trabalho era muito, porém se não conseguíssemos alcançar ao que nos comprometemos, maior seria a queda no sonho e na esperança de o realizar.

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