Na Biblioteca da Escola (T1 Ep.9-7)
Depois
de a Joan e eu nos despedirmos das meninas, acabamos o nosso lanche e seguimos
para a Biblioteca da Escola. Pelo pensamento perambulava a voz da Dianne como
se fosse a minha consciência exigindo uma explicação, exigindo que fosse
frontal com as meninas a respeito do meu projecto com a Joan…
Rose:
A Dianne está desconfiada e, conhecendo-a como conhecemos, ela não vai
descansar até saber o que estamos a fazer ao certo.
Joan:
Tens razão, mas se insistir em investigar não só vai ter muito trabalho com uma
grande surpresa.
Rose:
Acho que devíamos contar-lhes! Afinal são as nossas melhores amigas, vão
guardar segredo!
Joan:
Eu sei que sim, no entanto não é justo fazê-las manter um segredo que não é
seu. – A forma como se expressou sustentava uma certa mágoa. Ela também
mantinha segredos e carregava o seu peso sozinha…
Eu
percebi exactamente o que a Joan queria dizer, porém, não me pareceu, com a sua
expressão, que se referia apenas ao nosso segredo, de uma certa forma, senti
que se justificava perante as atitudes que tinha vindo a ter neste últimos
meses.
Os
motivos porque escolhemos manter algo secreto, são dos mais diversos, entre
eles o medo da aceitação, da invasão da nossa vida privada, o medo das críticas
negativas. Quando expomos algo que nos é tão querido, ficamos sujeitas a elas,
porque somos todos diferentes, com gostos e perspectivas diferentes! Mas o medo
que via no olhar da Joan era muito mais do que apenas receio de não ser
compreendida, eu vi medo de não ser perdoada! A curiosidade é tão virtude como
defeito, por ela já tinha transporto uma barreira que a Joan criara, por ela
conhecera o Seth, mas pela amizade da Joan a pus fechada a sete chaves. A
história de rituais de bem-estar não me convenceu, contudo a minha curiosidade
não é mais importante que a Joan.
Tendo
pressentido a ambiguidade da sua resposta, não insisti! O projecto não era
apenas meu, era nosso! E se de início, por eu ser envergonhada, a Joan
respeitou o facto de me querer manter anónima, agora, eu também, respeitá-la-ei
na sua vontade de mantermos a Kat Rose Fashion o nosso pequeno segredo.
Quando
chegámos à biblioteca, escolhemos uma das mesas com computadores. E apenas
assim os problemas além do nosso projecto ficaram suspensos. Libertamos a nossa
mente para nos focarmos no trabalho que tínhamos pela frente. Pelo menos ambas possuíamos
a capacidade para disfarçar as nossas tormentas quanto à sensibilidade do
assunto que havíamos discutido.
Depois
dos trabalhos para casa feitos, a tarefa de hoje era fazer o nosso plano de
produção. Já tínhamos o método de fabrico assente, já tínhamos calendarizado as
nossas tarefas diárias, faltava-nos fazer uma pesquisa mais ampla de
fornecedores com os materiais que utilizamos. Comparar preços, distâncias,
possibilidade de pré-encomendas de material, esse tipo de coisas. Tudo ao
pormenor para que, na altura de fazermos as nossas peças, não nos faltasse
material e este ser o mais em conta possível com as nossas disponibilidades.
Muitos
eram os aspectos a ter em conta, mas a matéria-prima era uma prioridade, porque
duas das nossas características são loja de confiança e marca de qualidade!
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