E a festa continua… (T1 Ep.9-3)

 Sentia-me diferente, o peso dos 15 anos, pensava eu! Eu sei, quinze anos igual a imaturidade. Mas, nesta idade, somando à busca por maturidade, as transformações do nosso corpo, as mudanças de humor, o ter de idealizar o futuro, as preocupações com a escolha do curso certo para ingressar na universidade, o manter as notas altas, para termos hipótese de escolha, com o coordenar do dia-a-dia de aulas, estudo, desporto, as tarefas… É igual a “teen drama”!
Enquanto iniciava a limpeza do jardim, ao visualizar toda a decoração ainda exposta, criei esta teoria. Ontem, depois da minha indisposição, o vir para este ambiente devolveu-me o bem-estar. Talvez, transpus o aliviar de todas as minhas preocupações para os meus sonhos.
A minha teoria de estar cansada e sobrecarregada com a pressão de todas as tarefas que ainda tinha por cumprir, ganhou força quando as meninas apareceram, de surpresa, para ajudar na limpeza. Os meus pensamentos ficaram mais concentrados, foi como se um peso saísse de cima dos meus ombros, senti-me a relaxar.
Rose: Olá meninas! Então, o que fazem aqui?
Joan: Soubemos que tinha sobrado comida da festa e viemos ajudar-te a comê-la.
Monic: Isso também…

Todos: ahahaha
Monic: Mas primeiro vamos ajudar-te a limpar! Não queremos ver a Dona Marya chateada.
Dianne: Ah pois não!
Charlie: A nossa mãe sabe como a Rose é responsável. Deixa a fazer quase tudo!
Rose: Eu tive uma ideia! Charlie, porque não ligas aos rapazes para se juntarem a nós?! Fazemos um pequeno petisco enquanto arrumamos…
Joan: …E depois praia!
Estava a precisar de relaxar, as palavras da Joan vieram em boa hora. Nem contrapus pelo facto de ter imenso trabalho pela frente com a coleção nova.
Foi como uma segunda festa de aniversário, mais pequena, contudo, fantástica por igual.
Depois dos sacos do lixo cheios, do chão lavado e das decorações arrumadas, encestamos alguns doces, salgados, bebidas e copos e seguimos para a praia. Estávamos no final de Setembro, o Verão já se foi e o sol quentinho está quase a ir embora também. Então, aproveitamos este Sábado para, todos juntos, nos divertirmos, uma última vez, este ano, na praia!
Embora para a Dianne, não seja diversão nenhuma, assistir ao embaraço mútuo entre ela e Mario, confesso que de onde observo tem alguma piada. Parece que ambos têm imenso para falar um com o outro, mas nenhum dá o primeiro passo.
Enquanto jogávamos ao mata-três, um jogo em que nos colocamos em roda, fazendo passes de voleibol passávamos a bola entre nós e contando a partir do terceiro passe, o último a tocar na bola, antes desta cair, sai da roda, até aqui, nos encontrões normais do jogo, eles evitavam-se. Olhavam-se com tanto carinho, mas as únicas palavras que proferiam um para o outro eram “desculpas” se não conseguissem evitar o confronto.
Monic: Aqueles dois, vai-se lá perceber!
Joan: Se tu que és prima e a conheces melhor que ninguém, não percebes, então imagina nós…
Monic: Temos de fazer alguma coisa.
Sofie: Porque não fazemos uma pequena festa da fogueira?
Joan: Boa, Sofie! A menina dos computadores está a soltar-se.
Sofie: Depois de um verão inteiro a trabalhar para a minha mãe, preciso descontrair.
Joan: Mas a festa só por si não vai ajudar.
Sofie: Pois não, mas alguém tem de ir buscar a acendalha, os fósforos, as madeiras… é preciso continuar?
Monic: E não é que pode dar certo!
Joan: Vai dar certo. Eles só precisam de um empurrãozinho…

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