De volta à rotina (T1 Ep.9-5)
Dianne
olhou-o cheia de ternura, queria abraça-lo, acarinha-lo, porém, a promessa que
se fez a si própria de que não voltaria a abrir o seu coração, por palavras ou
gestos, a conteve. Mario aproximou-se. Pegou na mão de Dianne, beijou-a e num
tom ternurento disse.
Mario:
Se sentes o mesmo, não o escondas de mim. Eu prometo-te nunca mais voltar a
magoar-te.
Nós
estávamos escondidos, atrás dos arbustos. Eu sei “não devíamos”, mas tínhamos
de nos certificar que não se matavam um ao outro. E o resultado da nossa
artimanha foi melhor do que o esperado.
Quando
regressamos com as coisas já estavam ambos a montar a fogueira. Havia troca de
olhares disfarçados, porém, não houve de palavras.
Comemos,
bebemos, dançamos, cantamos, foi uma alegria, mas a alegria maior foi ver duas
pessoas que se amam, finalmente se entenderem, mesmo que em segredo! E o
segredo deles está bem guardado connosco ;)
Domingo, 29 de Setembro
Tirar
o dia de ontem para sair da rotina soube, mesmo, bem! Hoje acordei completamente
relaxada e com imensa vontade de por as mãos ao trabalho.
Aproveitei
para rever o calendário que a Joan fizera. Sendo hoje Domingo é dia de planear
a semana que se avizinha.
Depois
de programar com detalhe as tarefas diárias, aulas, sessões de estudo, treinos
e as tarefas cá de casa, tinha de encaixar nos tempos livres o trabalho no
projecto. O tempo era muito escasso, durante a semana tínhamos apenas uma hora,
duas no máximo, por dia, para trabalharmos nas peças. Aos fins-de-semana, iria
ter de repor trabalho.
Eu
tinha a consciência de que era um projecto arriscado, mas era um sacrifício que
estava disposta a fazer.
Já
idealizava todo o desfile, as peças, as decorações, os penteados a maquilhagem,
tudo ao pormenor passava uma e outra vez pelo meu pensamento. Não ficaria em
tranquilidade se não tentasse, se não me desse a oportunidade de realizar este
sonho.
Com
isso em mente, sai para comprar um quadro e giz. Afixei-o no quarto de costura,
mesmo em frente às escadas, assim sempre que subisse para ir trabalhar viria a
etapa em que estávamos.
Esta
foi a forma que encontrei para me dar um reforço de ânimo e me manter orientada
para o caminho que quero seguir.
Quando
estava nas aulas não levava comigo qualquer preocupação do projecto, sabia em
que ponto estávamos e o que tínhamos para fazer. Quando regressava a casa,
lanchava, fazia os trabalhos e seguia para o quarto de costura.
Por
duas semanas completas esta foi a minha rotina. E ao fim destas duas semanas
tínhamos onze das quarenta e oito peças prontas. Estávamos dentro do planeado o
que significava que a minha estratégia de concentração estava a resultar. Não
só com o projecto, como em manter-me focada no estudo. Não voltei a ter sonhos
estranhos e as pequenas conversar que tinha com a Joan e com a minha mãe, no
quarto de costura eram sobre o nosso trabalho, ou sobre um ou outro
acontecimento lá da escola.
A
minha mãe, aproveitava, sempre, sem excepção, todos os dias que podia nos
ajudar, para verificar todos os nossos trabalhos da escola. E quando digo
todos, acredita, eram mesmo todos. Mas a verdadeira prova seria com o resultado
do primeiro teste. Se eu ou a Joan tirássemos um resultado baixo, não podia
continuar a trabalhar no projecto Kat Rose Fashion, o nosso projecto.
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