O Pôr-do-Sol (T1 Ep.7-9)

   O nosso grupo estava sob a orientação da Dianne. E enquanto ela se reunia com os de mais monitores desta festa, fomos organizando o nosso espaço. 
   Entre comida, brincadeiras e conversa, o tempo passava por nós. Ajudamos na recolha das urnas de voto, na montagem do toldo de praia e da fogueira. Já tínhamos prolongado o almoço para lanche e a hora de jantar já se fazia aparecer. Estava quase na hora da entrega dos prémios. Porém, antes ainda havia tempo para um último mergulho e observar uma das maiores dádivas da natureza, o por do sol, com todas as suas cores, magnífico!
   Com o desaparecer do último raio de luz começou a festa da fogueira. Eu disse-te, este dia é incrível. É a festa de despedida do verão mais fantástica que há.
   Enquanto os festejos para a entrega das taças começavam, a Sofie notou que a Dianne estava sentada à beira mar contemplando o horizonte e juntou-se a ela. 

   Sofie: Dianne! Eu, realmente, sinto muito. Mas acho que há uma parte da história que precisas saber.
   Dianne: Sofie, eu não estou chateada contigo e, sinceramente, espero que nada mude a nossa amizade. – Afinal, hoje, foi o dia em que vi a Dianne chorar. Sem prender mais as lágrimas, continuou. – Porquê? Só queria saber porquê que ele me afastou?

   Sofie: Às vezes, o maior cego é aquele que não quer ver, Dianne! Ele sempre gostou de ti e, se tivesses-lhe dado oportunidade hoje, terias visto que ainda gosta. Porque achas que ele ficou cá neste verão!? Não podemos controlar a nossa vontade, muito menos a dos nossos pais. O que eles fazem, fazem porque acreditam ser o melhor para nós, mesmo não o sendo. Desde que entramos juntos pelos portões da escola no primeiro dia de aulas, que não lhe deste hipótese alguma de se explicar. Se puseres os sentimentos um pouco de parte, verás que a única que mudou foste tu! Ele não te afastou. Quando falava de ti era com muito entusiasmo, até regressar às aulas dizia repetidas vezes que eu ia adorar conhecer-te, que eras a miúda mais incrível, mas nunca lhe deste oportunidade…
   Dianne: Oportunidade!? Eu vi vos entrar de mãos dadas na escola! Estava tão entretido que nem me ouviu chamar. Um verão todo afastados e nem me procurou no primeiro dia… Eu… Eu não conseguia suportar ele gostar tanto de estar só contigo.
   Sofie: Ele não queria estar só comigo. Ficou contente por ter descoberto uma nova prima e queria partilhar essa alegria contigo. Ainda me lembro, antes de tu e a Monic mudarem de escola, ele dizia “é hoje que a conheces”, “vais gostar dela, vais ver”, mas isolaste-te dele, sempre que nos aproximávamos, no recreio, vocês iam brincar para outro lado e depois do natal não regressaste mais. Não imaginas como ele chorou, só dizia que te ia encontrar e, finalmente, encontrou. Não sejas tonta, dá-lhe uma oportunidade.
   Dianne: Eu pensava que ele queria se exibir, porque era o único que brincava com a miúda nova… Oh Sofie, desculpa!
   Sofie: Sabes, ele tinha razão. Eu, realmente, adorei conhecer-te!
   Nós sabíamos que elas tinham muito que conversar, por isso ficamos a observar de uma distância segura, mas com o abraço entre as duas a Monic percebeu que era uma boa altura para nos juntarmos todos.
   Monic: Então meninas, vamos ver a entrega dos prémios?
   Numa reviravolta dos acontecimentos, estávamos, todos juntos, a celebrar a conquista de segundo lugar, por mim e a Joan, no torneio de voleibol, a conquista do Charlie e do seu companheiro e da sua equipe de primeiro lugar, no torneio de voleibol e futebol de praia e ele ainda ganhou a medalha de companheirismo.
  Com determinação e trabalho árduo conseguimos! Eu sabia que ia ser difícil, praticamente, impossível vencer o Charlie, mas tenho de admitir, primeira vez no torneio e conquistar um segundo lugar, soube mesmo bem!

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