Suspeita, Curiosidade, Verdade… (T1 Ep.8-4)
Terça-feira, 17 de Setembro
Perante as minhas suspeitas sobre a Joan, a minha curiosidade, fascínio também, não me deixavam ficar sem procurar respostas. A pergunta era como o fazer? Sendo um assunto tão sensível para a Joan, não queria, no caminho pela busca de respostas, perder a sua amizade.
Com as aulas terminadas por hoje, íamos apanhar o autocarro com destino a casa. Quando estávamos a chegar aos portões da escola deparei-me com uma ideia.
Joan: O que estás a fazer?
Rose: A tentar mexer o papel para o caixote do lixo com o meu pensamento.
Joan: O quê? – Não ficou constrangida, não deu sinal algum de a minha tentativa ser possível de se realizar, pelo contrário, de uma forma, um pouco bruta até, tentou cortar o assunto. Pegou no papel com as próprias mãos e colocou-o no caixote do lixo – Que parvoeira! Isso não é possível e estás a fazer uma figura triste de se ver.
Como é óbvio, eu não ia ficar só por aqui! Talvez uma abordagem mais directa possa ter o efeito que pretendo. E enquanto caminhávamos para a paragem dos autocarros, junto à nossa escola, fui direita ao assunto.
Rose: Acreditas em magia Joan?
Joan: Magia? Como assim? Nas ilusões de óptica dos espectáculos dos mágicos, ou nos efeitos especiais dos filmes? Gostos de ver, gosto das ilusões que transmitem, na ideia de possibilidade infinitas, mas não passam disso, ilusão!
Sabendo perfeitamente que não me referia a truques ilusionistas, as suas bochechas começaram a ganhar um tom rosado. A sua tentativa de me desviar do assunto, pela segunda vez, só despertou mais a minha curiosidade, dando força à minha convicção. Mas foi muito inteligente na sua reposta, o problema é que não me convenceu!
Rose: Não! Refiro a magia como uma capacidade! A capacidade espiritual de dominar o homem e a natureza. Em feitiços, encantamentos, esse tipo de coisa?
Joan: Lá estás tu com as tuas ideias… Olha o autocarro está a chegar! Encontramo-nos em tua casa depois do almoço?
Rose: Não vens?
Joan: Não! Tenho de tratar de um assunto primeiro!
Rose: Oh, ok! Então, até logo.
Joan: Até logo, Rose!
Mais uma vez, a Joan conseguiu escapar à questão que me vem assombrando o pensamento. Mas eu não vou desistir. Por mais incrível que possa soar, eu sinto que a minha suspeita está correta, a Joan possui magia.
Despedi-me da Joan e entrei no autocarro, sentei-me junto de umas das janelas, onde a podia ver. Acenei-lhe, ela retribuiu e segui o seu caminho. Enquanto via a Joan a afastar-se, o meu pensamento percorria toda a pesquisa, que começara após o seu desaparecimento até agora, sobre o motivo para a sua estranheza. Eu sei que não é possível, contudo, não consigo deixar de ter este sentimento, intuição talvez, que estou mais perto da verdade do que possa imaginar.
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