O Piquenique (T1 Ep.7-8)
Quando nos juntamos ao grupo, já a Dianne estava sentada e com melhor cara. As conversas estavam em torno do assunto “Mário”.
Charlie: Então vocês conhecem-se todos!? E porque é que ficaste chateada, Dianne? – O sentido de oportunidade do Charlie não podia ser melhor e provavelmente era ele a pessoa mais indicada para puxar pelo assunto. O Charlie tem uma forma delicada para falar nos assuntos sensíveis, talvez pela sua inocência com que faz ou diz as coisas, consegue as levar a bom termo.
Dianne: O Mário e eu eramos muito amigos na primária, até que deixamos de o ser. Eu não estou chateada. Simplesmente, não estava à espera de o ver aqui! Ou em qualquer parte do mundo…
Miguel: Autch!
As palavras da Dianne foram fortes, tanto que até senti pena do pobre rapaz, que, disfarçadamente, olhava para ela com um brilho no olhar. Eu estava a conter-me, desejosa para perceber o papel da Sofie nesta história toda, quando o Charlie pergunta.
Charlie: Bem, ele não deve ser assim tão má pessoa. A Sofie parece contente por o ver. Conta-nos lá, Sofie, como conheceste o Mário? – O Charlie sabia mais do que deixava transparecer. Tinha, claramente, um objectivo por detrás das suas questões.
Sofie: Quando me mudei para cada com os meus pais ficamos em casa de uma prima da minha mãe. Foi quando descobri que tinha mais um primo da minha idade, o Mário. Não conhecia mais ninguém, ele foi o meu apoio na altura, ficamos muito amigos desde então. – As palavras da Sofie não pareciam ter tido o efeito que esta esperava, fazer a Dianne entender que o seu pensamento, não era de todo o que correspondia à verdade.
Charlie: Ou seja, o Mário trocou uma melhor amiga por outra. – A tentativa do Charlie pode não ter sido clara para todos, porém, teve o resultado desejado, puxar o Mário para a conversa.
Mário: Não, eu gosto muito da Dianne, não lhe faria isso. – Ups! Teve um pouco mais do que o desejado, ou não. – Quero dizer… a nossa amizade era importante para mim.
Joan: Dianne desculpa, mas esta história está a ficar interessante. – A Joan já se tinha apercebido da intenção do Charlie. Resolver o que claramente não passava de um mal-entendido, contudo a sua tentativa de amenizar as coisas não teve o efeito esperado.
Este estava a ser o almoço mais longo de que me recordo. Conversa atrás de conversa e não parecia que a Dianne mudasse de ideias. Por certo, o reviver de toda a desilusão não ajudara.
Dianne: Ainda bem que alguém está entretido, mas eu tenho mais do que fazer. Com a vossa licença.
Charlie: Dianne não vás, por favor! Peço desculpa por insistir neste assunto.
Dianne: Não Charlie, não faz mal. Não estou interessada em ouvir mais, da altura que estive para agora já passaram cinco anos.
A Dianne estava claramente aborrecida, mas não demonstrou qualquer fraqueza enquanto se retirava, nem deu qualquer hipótese para o Mário. Estava determinada a deixar esta história onde pertencia, no passado.
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