O marco do início (T1 Ep.7-10)
(Quarto-crescente)
Quinta-feira, 12 de Setembro
Querido diário,
Estou a menos de quatro dias para o
regresso às aulas e acho que nunca estive tão nervosa quanto agora. Pois este
será um ano com uma marca especial. O ano lectivo que se avizinha resume a
mudança, introduzindo um novo caminho, cheio de perspectiva e esperança.
Não só o reconhecimento pelo segundo
lugar, no torneio de verão, como as mudanças que vieram com estas férias, que
estão prestes a acabar, criaram em mim um misto de ansiedade, medo e
empolgação. Apesar de não ambicionar qualquer notoriedade pessoal pela
realização da marca que criara com a Joan, não conseguia enganar a expectativa
de tal acontecer. E de cada vez que para o papel passava a idealização de novas
peças, a imaginação levava-me mais além, sonhando com o dia em que desfilaria
uma vez mais pela passarela, seguindo as minhas criações.
Joan: Olá Rose, que estás a fazer? – Disse
ao subir as escadas, encontrando-me sentada à varanda do quarto de costura.
Joan: Sim, adorou tanto que quer saber
onde pode ver mais.
Rose: Boa! Olha já tenho aqui estes
croquis prontos. Faz-me um favor, dá uma vista de olhos e sê sincera. O que
achas?
Joan: Esta é a coleção nova que tens
vindo a trabalhar, certo?
Rose: Sim! Tenho umas ideias que queria
discutir contigo, para tentarmos encontrar um consenso.
Joan: Está bem! O que é que se trata?
Rose: Já falei com a minha mãe e ela
está de acordo, desde que a nossa prioridade seja a escola...
Joan: Ok…
Rose: É o seguinte. Este verão fizemos,
modéstia à parte, um excelente trabalho, então estive a pensar em criar esta
coleção para a lançarmos num desfile no início do próximo ano! O que dizes?
Joan: Uma coleção inteira? Um desfile a
sério? Rose, não estamos preparadas! - Esta não era, de todo, a reacção que
esperava da Joan. Habitualmente é ela a super optimista, para além de toda a
motivação que costuma transmitir.
Rose: Não concordas?!
Joan: Não, não é isso! Com a escola, os treinos,
a preparação para os testes de final de período, vai ficar um pouco apertado. A
minha preocupação és tu! Não quero que te sobrecarregues, eu não sei costurar,
como faríamos?
Rose: A minha mãe prometeu ajudar, se,
nós as duas, não baixarmos as notas. Temos quatro meses para trinta modelos. Eu
nem acredito que vou dizer isto, se fosse há uns meses, provavelmente nem
diria, mas a verdade é que temos de tentar, temos de nos dar uma oportunidade.
Eu não quero perder este sentimento!
Joan: Está bem, então! Vamos tentar.
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