Hora do Lanche (T1 Ep.8-9)

  Eu sabia! Não tinha como a Joan sair daquele mausoléu, desapareceu por magia! A Joan é uma bruxa.
Esta não era a única certeza que sentia, claramente, isto foi um teste. Agora, a questão é porquê? O que é que as minhas visões têm a ver com a Joan? E a pergunta que não me saía da cabeça há meses, o que pode ser tão grave para a minha melhor amiga ter segredos para comigo?
Durante o lanche foi-me difícil conter as mil e uma perguntas que tinha para colocar à Joan. Primeiro o seu diário que aparece e desaparece, agora um livro de receitas para bruxas. Neste momento queria ler mentes, saber o que vai na cabeça da Joan! Parece que deixa estas pistas para eu apanhar, mas depois não fala sobre o assunto e se eu puxo por ele, desvia a conversa, o que me deixava muito mais intrigada!
Joan: Rose, aaah, tens-te sentido melhor? Tiveste mais alguma tontura?
Rose: Oh Joan, sempre tão preocupada, mas não é preciso, está tudo bem. Ontem devo ter tomado o pequeno-almoço rápido demais.
Joan: E de resto está tudo bem mesmo, não aconteceu nada de estranho no entretanto?
Rose: Hum… Não, porque perguntas?
Joan: Nada, nada. Só me certificando que estás bem.
Rose: Bem, bem não estou!
Joan: Então?
Rose: Porque tens um livro de feitiços na tua mala? – E pronto saiu!

Joan: Livros de feitiços? - E lá está ela! Eu vi o livro, não tem como negar! A Joan pode não falar no “assunto”, mas nunca foi mentirosa. O “assunto” já está puxado e tenho provas, agora apanhei-te!
Rose: Sim! Tens um livro das bruxas na tua mala! E ontem, não sei o que fizeste, nem como, mas as palavras que proferiste “em latim”, tiveram efeito em mim. Foi como se eu estivesse em transe e tu puxaste-me para a realidade. – Como te safas agora Joan!? Pensei para comigo mesma.
Joan: Livro de bruxas, és tão engraçada! As séries que vês estão a afectar-te, acho que devias desistir de as ver. Há pouco querias mexer um papel com o pensamento, agora um livro de feitiços?!
Rose: Então como explicas o que fizeste?
Joan: Tenho lido aquele livro porque ensina rituais para o bem-estar, tanto espiritual como físico, pequenas repetições de palavras que nos fazem ganhar mais auto-estima, esse tipo de coisas, nada mais! E foi o que fiz ontem, vi-te a ficar pálida e apliquei um dos conhecimentos do livro, uma pequena repetição de palavras que ajuda o cérebro a relaxar.
Rose: Oh!
Joan: Eu, uma bruxa! Só tu para teres uma ideia dessas, Rose!
Não saber o que a Joan esconde, anda a dar comigo em maluca. Ver e ouvir coisas. Se calhar ando a imaginar demais. Confrontá-la com esta ideia, fui tão parva!
Por momentos, até senti uma certa satisfação em idealizar que pudesse ser real, que de facto seres místicos pudessem existir. Mas não passa de um desejo do meu subconsciente e transpor isso nas outras pessoas, não é nada saudável. Como sonhar com o Seth e nele ver uma criatura forte como cem homens, mais rápido que um falcão, com o poder de um coração puro para salvar aqueles que precisam…
Joan: Rose?!
Rose: Hum..
Joan: Tu andas mesmo muito estranha! Está tudo bem de certeza?
Rose: Sim! Não ligues. Estava a pensar na minha festa…
Joan: Ainda bem que falas no assunto! Quando vamos preparar os enfeites?
Rose: Já tenho algumas ideias para por no papel, mas prefiro adiantar o trabalho da coleção e no próximo fim-de-semana preparávamos então os enfeites!
Joan: Está bem, pode ser! – Ficou um pouco pensativa e continuou. – Se trabalharmos Sábado e Domingo adiantamos bastante.
Rose: Domingo? Não vais para casa da tua avó?
Joan: Os feitiços de desaparecimento podem esperar.
Rose: Oh! A sério, não precisas alterar os teus afazeres, eu dou conta do recado.
Joan: Eu sei que sim, mas com ajuda é sempre melhor.

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