Da Biblioteca para o Bar da Escola (T1 Ep.8-2)

  Enquanto pelo pensamento de Joan eu estaria no bar da escola, recuperando da indisposição que sentira, em verdade mantinha-me alerta vigiando a porta da biblioteca, esperando a sua chegada a qualquer momento. Temia que a sua ida à secretaria tivesse sido mais rápida do que pudesse imaginar e que me seguira até aqui. Não podia estar mais longe do seu propósito ao lá ficar.
Contudo, maior era o meu espanto com o resultado da minha pesquisa…
Rose: …Mas que raio significa isto? “Para o tempo presente”!
Vários eram os facto que tinha calendarizado das estranhas atitudes da Joan ou que a envolvessem, tais como quando desapareceu no mausoléu da sua família, um feito de mágico, diga-se de passagem, como o seu diário que apareceu sozinho em cima da sua escrivaninha, como andar a falar expressões em latim e o mais notório de todo esta estranheza da existência do “assunto” que a fez ficar sem dar notícias por mais de um dia, que a faz esconder e manter segredos da sua melhor amiga.
Por um minuto foquei-me nestes tópicos. Latim… Pessoas a desaparecer… Objectos que se movem sozinhos… Estes flashes… Foi como se entrasse em transe, como se me levassem para outra dimensão e… quando a Joan me tocou trouxe-me a realidade… “ao tempo presente”.
Não é possível! Será? Seria este o assunto complicado que a Joan não podia falar sobre? Não, não posso crer. Se o fosse ela saberia que poderia falar comigo sobre isso, eu não a julgaria. Seria difícil de acreditar, admito. Eu sempre gostei do sobrenatural, mas em contos de fadas. Na vida real não existe! Existe?! E o que tenho eu a ver com isso?

O meu pensamento estava a mil. Limpei o histórico no computador que usara, pu-lo a hibernar e segui para o bar, na esperança de a Joan lá estar. Dei por mim a imaginar uma desculpa para a minha ausência. Não, esta não é a nossa amizade e eu não a transformarei nisso, em desculpas e mentiras. Com o rumo da minha pesquisa o meu sentido de alerta disparou, dizendo-me que não era hora, nem local, para puxar por um assunto deste.
Ao avistar as meninas dirigi-me até a sua mesa. Para meu espanto a Joan ainda não havia chegado. Senti um certo alívio, confesso.
Em conversa com as meninas o tempo voou, tantas eram as novidades e as expectativas para este novo ano lectivo que partilhamos e observamos. A hora de entrada aproximava e as meninas decidiram ir andando para a sala. Eu mantive-me esperando pela Joan, que prometera ser breve, porém, não sabia o assunto que a levara a secretária e dependendo deste o breve nunca é assim tão breve. Após a maior parte dos alunos presente no bar dispersarem lá ela apareceu. Já estávamos atrasadas…
Rose: Então Joan, onde te meteste?
Joan: Desculpa Rose! Estive só a tratar de um assunto na secretaria, como te disse. Já te sentes melhor?
Rose: Sim, obrigado. Foi fraqueza decerto. Os nervos do primeiro dia de aulas, a expectativa da reacção do pessoal, depois do torneio, pequeno-almoço mal tomado, enfim, um acumular.
Joan: As meninas?
Rose: Já seguiram para a sala de aulas. Aproveitei enquanto esperava por ti para descansar um pouco mais.
Joan: Obrigado amiga.
Rose: Vamos então?
Joan: Bora! Estou ansiosa por saber quem são os professores novos.

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