A tua outra Face (Ep.8-7)
Joan:
Elizabeth! Não pode ser, como eu não a senti?!
Seth:
Não tinhas como! Elizabeth era mortal, foi a influência de Anna que a
transformou, num verdadeiro mostro.
Joan
reteve-se por um momento, sentido as palavras de Mikhael como suas. Como as que
lhe proferiu quando descobriu a sua verdadeira natureza.
Joan:
Anna, a misteriosa amiga que chegou de Paris. Este verão vi-as sempre juntas e
nem desconfiei... Como consegues estar tão calmo com aquelas duas à solta?
Seth:
Do que estás a falar? O corpo de Anna está na Biblioteca Ancestral! Depois de a
capturares, colocaste-a lá sob a maldição da fome dos espíritos…
Joan:
…E protegi as nossas terras dos impuros! Mas com a minha morte as terras
ficaram desprotegidas e o feitiço de isolamento desapareceu. Elizabeth não
teria dificuldade em recuperar o corpo de Anna, contudo os espíritos jamais a
libertarão.
Seth:
Estás dizendo que Anna e Elizabeth estão aqui e juntas?
Joan:
Sim! A primeira vez que vi a Anna foi na festa da Monic, mas a Elizabeth anda
lá na escola. Desde que me cruzei com ela tive este pressentimento para não me
aproximar.
Seth:
Os teus instintos sempre foram fortes, mas Elizabeth já tem o que quer não tens
com que te preocupar!
Joan:
Depois de tudo o que elas te fizeram como as defendes?
Seth:
O tempo tem as suas formas de tranquilizar a mente.
Joan:
Pois, eu não estou tranquila, principalmente, sabendo que aquelas duas andam à
solta…
Seth:
Rebecca, por demasiado tempo que vagueio sozinho! Por mais sádicas que possam
ter sido, tu já lhes atribuíste castigo suficiente, não remexas nas feridas.
Joan:
Não estás a entender! Ela tem andado a espiar-me. Quando a conheci deve ter
percebido que não tinha magia… A forma como perguntou pelo meu nome, como se
insinuasse que eu mentia, decerto, ficou na dúvida se eu era quem realmente
parecia… Ela tem-me observado, está sempre por perto a oferecer ajuda, elogios,
a mostrar interesse, está a fazer o mesmo que fez contigo, está a tentar
conquistar a minha confiança, descobrir as minhas fraquezas, para depois me
apunhalar pelas costas. E só pode ter um interesse libertar Anna, a sua tutora.
Seth:
Se estão a planear agir contra ti, as tuas amigas estão em perigo, a Rose está
em perigo.
Joan:
Eu posso protege-las, já o fiz uma vez e voltarei a fazê-lo.
Seth:
Liberta os quatro elementos! Com o apoio dos guardiães estarão seguras.
Joan:
Não posso fazê-lo, é muito cedo, elas não estão preparadas. Aer
nem completou os seus quinze anos. Não posso colocar esta responsabilidade
sobre elas...
Seth:
A cruz que carregas torna-se mais pesada quanto mais te isolas. Os seus
regressos serão inevitáveis, tal como o regresso da Anastacia. Mas tu tens o
poder de escolha e elas não! Eu sei os sacrifícios que fizeste, contudo pareces
imatura demais para compreender que não podes evitar todos os males de
acontecerem e muito menos de lhes retirar a vontade própria!
Joan:
Está decidido Mikhael, eu não vou coloca-las em sofrimento, farei tudo o que
puder para evitá-lo.
Seth:
Ouve o que estás dizendo Rebecca, pareces possuída com a ideia de demonstração
de poder.
Joan:
Não te preocupes, eu tenho controlo total sobre mim. Temos outro problema entre
mãos para resolver. Vigia Elizabeth, descobre o que puderes sem te aproximares.
Eu protejo a Rose.
Mikhael
ficara preocupado com sua irmã, sabia que o seu sacrifício, para aprisionar
Anna, teria consequências, mas poucos anos passaram desde o confronto entre
ambas e a sua morte. Abandonar a sua pureza transformou-a. Nos longos anos de
vida de Mikhael, este tinha presenciado bruxas brancas a serem consumidas pelas
trevas e temia por Rebecca, temia que a vingança que lhe prometera a aproximasse
do seu fim.
Comentários
Enviar um comentário