Para o tempo presente (T1 Ep.7-13)
Pelo
corredor principal seguimos nosso caminho em direcção ao bar da escola e apesar
do alerta de mensagem da Sofie nos desviar do assunto, o meu pensamento estava repleto
de ideias, surgindo umas atrás das outras. Ideias para aniversário, para
festas, para concertos… Porém um novo tema surgiu. Há muito que não nos reuníamos
com as meninas para assistir a um dos seus ensaios.
Rose:
Hoje podíamos aproveitar para ir ver o ensaio das meninas!
Joan:
Claro que sim! A Dianne deixou-me imensas mensagens, para esta semana passarmos
por lá…
Rose:
A ti também?!
Joan
e Rose: Típica Dianne! Ahaha
Joan:
Oh meu Deus! – A sua cara empalideceu, o seu olhar reflectia o espanto com que
pronunciara aquelas palavras. E apesar de as ter proferido num tom normal eu
mal a percebi.
Rose:
Disseste alguuuma coisa Jooan… - De repente faltou-me a força nas pernas, senti
um ardor pelo corpo todo, como se me queimasse, a minha visão ficou turva, na
minha audição um zumbido infernal e antes que caísse, sem hesitar, a Joan
pousou a mão sobre o meu braço e proferiu as seguintes palavras…
Joan: Ad praesens tempus.
Rose!?
Rose:
...Uau acabei de ter uma vertigem. Que sensação estranha…
Joan:
Estás bem Rose?
Rose:
Sim…
Joan:
De certeza?
Rose:
Sim! Só preciso de me sentar um pouco.
Joan:
Então, vai indo até ao bar ter com as meninas! Que eu já vou ter convosco.
Preciso de tratar de um assunto aqui na secretaria! – A sua frieza deixou-me surpreendida,
porque reagira assim? O que me disse ela ao agarrar-me?
Rose:
Eu posso esperar…
Joan:
É melhor ires indo, pedes uma garrafa de água, vais ver que te vai fazer bem… Já
te apanho, a sério. – Perante tal insistência, respondi em acordo ao seu
pedido.
Rose:
Ok!!
O
que acabara de acontecer? A Joan ficou muito esquisita! A cada passo focava-me
nas suas palavras, tentando recordar ao certo o que proferiu. Não foi a
primeira vez que a ouvi pronunciar aquelas palavras. Embora não entende-se de
todo o que dissera, o meu pensamento levava-me para uma realidade que não
queria acreditar, não era possível!
Contudo,
sempre que a Joan usara tais expressões algo de estranho estava acontecendo. O seu
diário e aquelas imagens surreais, agora esta sensação tão real quanto o meu
respirar.
Repetindo
para mim, uma e outra vez aquelas palavras, desviei o meu caminho e fui directa
à biblioteca. Não estava certa de como as pronunciar, muito menos escrever. Depois
de algumas tentativas a única expressão que me soou correcta fora “Ad praesens
tempus”, a minha noção do que ouvira não podia estar mais certa, o motor de
pesquisa reconheceu esta frase e traduziu-a do latim como “para o tempo
presente”. Para o tempo presente!? Mas que raio…
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