Um momento… Uma eternidade (T1 Ep.6-6)

   Naquele momento, nada do que estava a sentir tinha alguma vez experienciado antes. Não nesta vida…
Rose: “Fui descoberta, bolas…” – Enquanto o pensamento apavorador de ter sido descoberta me tomou, senti uma tontura, como uma fraqueza. – “Que sensação estranha!” – Provavelmente o medo do que se seguia tinha congelado-me os sentidos… - Ah, sim… Vim só rezar um pouco. Esteja à vontade, estou já de saída. – …E os músculos também, porque ao me levantar tinha os joelhos a tremer, já estava em sarilhos de certeza.
Quando me voltei, o coração acelerou, a imagem de quem se apresentava junto a uma das portas, parecia mais um vulto, não consegui reconhecer o seu rosto. Fiquei um pouco confusa, um conjunto de emoções contraditórias invadiram-me. E, instintivamente, pedi… - Dê um passo para a luz, por favor!
  Seth: Eu… ah… - Hesitando cedeu ao meu pedido. No seu rosto vi angústia, dor, mas o que me surpreendeu foi o brilho de um amor profundo. – Eu estava à procura…
Rose: Da Rebecca! Sim, eu ouvi-o chamar, mas não está aqui mais ninguém. Apenas eu! – Inebriada pela sua presença dei comigo a pensar. - “E como eu gostaria de ser o motivo desse brilho!” - Aquele rosto, a sua figura, talvez um simples fascínio, mas como queria acariciar a sua face. O seu olhar estava ferido, porém continha muito mais. Era como se o conseguisse sentir abraçando-me, aconchegando-me nos seus braços, um porto seguro. Todo este momento idealizando-o junto a mim pareceu uma eternidade…

Na sua presença queria ficar, estava completamente rendida ao seu encanto. A ideia de “Rebecca aparecer” surgiu, seria mais uma a quem teria de me justificar. “E se a Joan aparecesse, também, não seria bom”. Como justificaria toda esta situação, sem a magoar. Não tinha, de facto sido uma boa ideia vir até cá, colocara-me em apuros e nada havia descoberto que poderia ajudar a Joan. E ainda assim senti que estava no sítio certo.
Rose: Senhor, tenho de ir…
Seth: Mi… - Recuando na vénia que ia fazer disse – A menina pode tratar-me por Seth.
Rose: Está bem! Senhor Seth, vou andando! Hum… Será que me poderia fazer um favor? É mais um grande favor!?
Seth: Claro! Faço-o com todo o gosto. Diz-me o que precisas?
Rose: Agradecia-lhe imenso se esquecesse este pequeno encontro, se pudesse fazer de conta que não me viu aqui! – Mikhael já se tinha apercebido que não me lembrava dele, porém, fingir que não me viu, não era um pedido fácil. Como podemos esquecer alguém que amamos mais que a própria vida?!
Seth: Fica descansada, não digo a ninguém que estiveste aqui! E podes sair pelo portão da frente. Se te interceptarem, diz apenas que estiveste a ajudar com as flores, com esse “outfit” não será difícil acreditar! – Afirmou esboçando um pequeno sorriso.
Rose: Obrigado e com sua licença. – Disse ao passar junto a ele. O magnetismo daquele individuo era inexplicável, mas o motivo que me levara ali soava como um alerta para ir embora.
Seth: Minha amada, minha doce Anastacia, até breve! – Proferiu baixinho enquanto me observou a afastar.

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