Uma marca profunda (T1 Ep.5-12)

O início de noite fora turbulento, tive alguma dificuldade em adormecer, para além de tudo que apontara, que não conseguia tirar dali um sentido, a Joan não deu mais notícias desde que saiu daqui. Falávamos todas as noites, mas nem uma mensagem de “Boa noite!” em resposta recebi.
Quando finalmente consegui adormecer a minha mente vagueou… Perambulava por maravilhosos jardins coloridos pelas suas flores. Acompanha por esta figura masculina de quem não conseguia ver o rosto nitidamente, mas não era estranho, a sua presença acalmou-me, a ilusão criada durante o sonho deixou-me com uma sensação de calma e serenidade.
Quarta-feira, 17 de Julho
Despertei com uma enorme vontade de enfrentar o dia, deixar o pesar das minhas suspeitas e aproveitá-lo ao máximo com a Joan, começando pelo treino, seguindo-se um resto de manhã apanhando uns banhos de sol e depois do almoço trabalhar no projecto. Peguei no telemóvel e mandei mensagem à Joan…
Preparei-me com a vaga lembrança do meu sonho, pois não me recordava de todos os pormenores, nem conseguia defini-lo no tempo ou no espaço. E embora não lhe reconhecesse o rosto, aquela presença masculina deixou em mim uma esperança, um sentimento de um amor misterioso que ansiava por uma revelação. Como desejei que fosse real…
Vinte minutos passados e nem uma palavra da Joan. Telefonei-lhe, porém tocou até chegar à caixa de correio. E assim a preocupação de ter passado um fim de tarde e noite completamente sem notícias suas, voltou. Tudo me parecia estranho em relação às suas atitudes, era como se fosse esta nova pessoa que de dia para dia mais de si revelava. O receio de perder a minha melhor amiga era angustiante.

De Rose: Joan onde andas, porque não atendes?
Não me respondeu nem às chamadas, nem às mensagens. Acho que esta fora a primeira vez que me senti perdida em relação à Joan. O misto de sentimentos provocados pela sua falta de consideração para comigo, para com o nosso trabalho de verão começavam assim a deixar uma marca mais profunda. Esta incerteza em relação a tudo a que a envolvia fizeram-me questionar, pela primeira vez, a nossa amizade. E fora aqui, achava eu, que o pior havia acontecido. Então decidi ligar para a sua casa. Por sorte, talvez pelo cedo da hora, a sua mãe atendeu.
Rose: Sra. Irya é a Rose. Bom dia! A Joan está?
Sra. Irya: Bom dia Rose! Não minha querida, ela ficou ontem em casa da Avó.
Rose: E está tudo bem com ela? Ela não me atende!
Sra. Irya: Ontem quando ligou foi do telefone fixo, é possível que tenha ficado sem bateria.
Rose: Hum… - “Sem bateria não ficou, porque o telemóvel dá sinal de estar a chamar.” Pensei eu. - Está bem! Obrigado Sra. Irya.
Na esperança de contactar a Joan até me esqueci de dizer ao Charlie que hoje não dava para ir treinar. Mais uma vez, não sabia o que se passava com a ela.
Charlie: Rose?!
Rose: Cá em cima!
Charlie: Não vens treinar?
Rose: Hoje não Charlie! Desculpa não ter avisado mais cedo, mas também não sabia que a Joan não podia.
Charlie: Não faz mal! Está tudo bem com ela?
Rose: A Sra. Irya disse-me que ela ficou em casa da avó, mais não sei!
Charlie: Vocês miúdas, chateiam-se por tudo e por nada. Bem vou indo, qualquer coisa liga. Até logo.
Rose: Até logo Charlie.


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