O bater de um coração há muito perdido (T1 Ep.6-5)

 Rose: Joan?! – Chamei uma vez mais, mas não obtive resposta. – “Não havia possibilidade de ela ter saído pela porta do Mausoléu, disso tenho a certeza! Eu estive este tempo todo observando, eu vi-a entrar…” – Pensei incrédula com o que se estava a passar.
Quando me apercebi que a Joan tinha entrado num Mausoléu, pensei que seria onde jazia o seu avô, que teria cá vindo desabafar, talvez pedir conselhos. A Joan costumava falar muito nele, como eram próximos, como tem saudades suas. Todavia, cá dentro continha, apenas, alguns gavetões e um sepulcro, com uns desenhos estranhos, tinha ar de ser antigo e não havia nenhuma menção ao seu nome, pelo menos numa língua que eu entendesse. Talvez estes hieróglifos representassem quem lá jazia, mas eu não os compreendia.
Estava a começar a ficar com arrepios, não sei se era do sepulcro ou dos gavetões, havia algo naquele lugar que me intrigava e que me metia medo ao mesmo tempo. Onde estaria a Joan? Como ela desapareceu? Porque estava ela aqui? E o que poderia ter este lugar de tão estranho para não me poder contar o que vem cá fazer? Tinha mil e uma perguntas a passarem-me pelo pensamento… Uma coisa é certa, agora sei que não mentiu mesmo em relação ao vir para “casa da avó”.
Seth: Rebecca?! Estais ai?
Rose: “Ai, ai, ai, que me vão apanhar aqui! O que é que eu faço, o que é que eu faço?!” – Em fracções de segundos, vi a minha vida andar para trás! Revi todos os passos que dera até aqui, já me tinham visto antes de certeza.

 Estava intrigada com toda a situação, é verdade, mas o facto de não ter encontrado a Joan aqui dentro, até me deu algum alívio, que desapareceu por completo, ao ouvir uma voz masculina vinda do exterior do Mausoléu. Ajoelhei-me no altar, por detrás do sepulcro, na esperança de que quem estivesse a chamar espreitasse e seguisse…
Mikhael sentiu uma atracção forte e não resistiu em entrar, mesmo não reconhecendo de imediato a figura ali ajoelhada perante o altar…
  Seth: Desculpe menina, a porta estava aberta… - Um coração há muito adormecido, parecia bater de novo… Parou, interrompendo o que ia a dizer. O doce tom das suas palavras instigava-me a olhar para trás, porém não o fiz. E ainda assim o reconhecimento era iminente. Pelo pensamento de Mikhael surgiu a expectativa… - “Anastacia? Minha doce Anastacia, será que vos lembrastes?”.
Por um momento a esperança de ter em seus braços a razão do seu viver invadiu-o e de repente a memória das últimas palavras de Joan, “Que tipo de monstro és tu?“, o fizeram recuar. Sua irmã o despreza, mas o seu amor e dedicação por ela não mudara. Sabia que Rebecca todas as tardes de Domingo vinha estudar para a Biblioteca Ancestral, como tal, este Domingo tinha vindo mais cedo para tratar das suas flores. Ele apenas queria ver se ela estaria bem. Poderia a vida ser assim tão cruel? Teria sua doce Anastacia recuperado as memórias de suas vidas passadas? Estaria ela ali à sua espera para o confrontar com o que Joan descobrira? Iria ela o aceitar?
Mikhael queria se desculpar uma vez mais e partir, mas não conseguiu o fazer. Tinha demasiadas questões. Há muito que esperava por este reencontro. Não me conseguia deixar ali, não assim. Imaginando que tal como ele muitas eram as questões que eu teria a colocar-lhe.

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