No Areal (T1 Ep.6-8)
Lua Cheia) Segunda-feira, 22 de Julho
Começamos
o dia cedo. E tal como combinado a Joan apareceu para o nosso treino matinal.
Charlie:
Está bom, meninas! Por hoje está feito. Rose, quarta-feira a ver se pões a
cabeça no treino!
Rose:
Está bem. Desculpa Charlie e obrigado! – Como poderia estar concentrada no treino
se não conseguia esquecer Seth. – Até logo!
Joan:
Obrigado Charlie! – A Joan tinha reparado no meu ar pateta e enquanto nos
deslocávamos para as toalhas, perguntou – Ele tem razão, sabes! O que é que se
passa, ou melhor o que é que se passou ontem?
Rose:
Ontem? - “Será que ela sabe! Não, não! Não deve saber… Mantém-te calma” – Como
assim?!
Joan:
Estás com esse ar todo goofy, o que se passou? Por onde andaste ontem?
Rose:
Vim um pouco até aqui, não tinha inspiração para planear os panfletos, então
decidi apanhar um pouco de ar. – “Será que me está a experimentar?! O Seth não
diria nada! Não acredito que o tenha feito. Ele transmitiu-me tanta confiança.”
Joan:
Eu vi logo, esse olhar não engana. Conheceste alguém, não foi? Ou, finalmente,
entendeste-te com o Ryan.
Rose:
Hã? Não, nada disso. – “Ufa, não sabe! Definitivamente, não sabe!” – E tu, que
andaste a fazer ontem?
Joan:
Hum… A mudar de assunto, está bem então. Estive em casa da minha avó como te
disse. Vamos dar um mergulho e depois planeamos juntas os panfletos?
Rose:
Sim pode ser! Eu estive a pensar e se calhar, podíamos fazer também uma ficha
para, durante o festival, compararmos os serviços das outras bancas com o nosso,
o que dizes?
Joan:
É uma boa ideia, sim! Assim podemos tirar sugestões de como melhorar e do que
podemos fazer para nos diferenciar!
Rose:
Exactamente.
A
minha mudança de assunto não foi nada subtil, contudo, a Joan percebeu que era
algo que não me deixava à vontade. Não lhe podia contar sobre Seth, fazer-lhe
as mil e uma, ou duas, ou três, perguntas que lhe tinha para fazer, não queria
que ela sentisse a minha busca por respostas como uma pressão. Este espaço que
ela me deu fez-me recordar a velha Joan, com um simples olhar nós nos
entendíamos e eu não queria estragar isso.
Sabia
que a minha atitude não fora correcta, mas não me sentia culpada por ter ido
atrás de respostas. E não usando este argumento como desculpa para o que fiz,
senti que a Joan sabia que o faria, mais cedo ou mais tarde. Ela é a minha
melhor amiga que há mais tempo me conhece, sempre pronta a motivar-me a dar um
passo em frente, ultrapassando os meus receios. Ela sabia-o e por tal deixara
pista para que a pudesse ajudar, decerto…
Depois
de fazermos as “pazes” fiquei com fortes convicções, uma é que, algo de
estranho se está a passar com ela, outra é que, com tudo isto a acontecer,
independentemente das nossas pequenas brigas, a Joan e eu sempre encontrávamos o
caminho de retorno ao entendimento entre nós.
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