O estranho rosto de uma nova identidade (T1 Ep.5-13)

  Rose e Kat

Seth: Porque não atendes o telemóvel?

Joan: Não tenho força para a enfrentar, não ainda! Sabes porquê estava ontem no Mausoléu?

Seth: Porque andas a estudar o teu grimório! Tenho estado por perto. Todos os Domingos esperando que te recordasses. - A Joan viu uma expressão de dor causada pela solidão, pela saudade, sentimentos reflectidos no olhar de Mikhael ao proferiu aquelas palavras.

Joan: Ontem não foi Domingo! Ontem, quando a Rose tocou no meu diário do século XV, ela ficou num estado de transe, só me apercebi o que realmente se passava depois de lhe tocar e absorver as suas visões.

Seth: Ela recuperou as suas memórias?!

Joan: Não sei, com um pequeno feitiço, interrompi o que se estava a acontecer. Ficou um pouco perturbada, sem perceber muito bem o que se passou… Nem eu percebi ao certo. Então, inventei uma desculpa, deixei-a em casa a descansar e vim para cá, na esperança de obter respostas! Mas… - Com as lágrimas nos olhos, continuou. – Ninguém devia passar por esta dor, como fui capaz de vos fazer isto! Vou estudar dia e noite o meu grimório, vou ler todos os livros da biblioteca, vou fortalecer as minhas forças, implorar aos espíritos, farei o que for preciso para acabar com esta maldição que coloquei sobre nós.

Seth: Não, Rebecca, imploro-te! Não faças isso!

Joan: Com as tuas memórias repostas, como consegues viver assim?

Seth: Não sabes a verdadeira razão para tudo isto, pois não?

Joan: Sim! Há mais de um milénio, durante o ataque ao castelo, os guerreiros que me acompanhavam na fuga sacrificaram a sua vida, para que eu renasce-se e mantivesse a história do nosso povo viva. Quando a minha avó me contou, pensei ser apenas eu o objecto do meu feitiço, mas agora vejo que não é assim, eu condenei-vos também.

Seth: Não recuperaste a tua memória por completo! Da primeira vez, quando te encontrei, eras mais velha e de imediato me reconheceste. Desta vez, com o teu pequeno presente, a busca foi muito mais rápida.

Joan: Não compreendo.

Seth: Rebecca, o que sentes? – Perguntou agarrando o braço de Joan.

Joan: Nada!

Seth: Não estás forte o suficiente! Eu não sou como vós, minha irmã! Eu não renasci para recuperar as minhas memórias. Não possuo mais as mesmas capacidades espirituais como tu.

Joan: Não percebo! Como… Como estais aqui? - O rosto de Mikhael mudou, os seus dentes caninos sobressaíram, a Joan ficou aterrorizada com a visão que se lhe apresentava e com o coração acelerado pergunta. – O que és tu?

Seth: Calma Rebecca! Faz um esforço, tenta lembrar-te…

Joan: NÃO, NÃO, NÃO, afasta-te de mim!

Seth: Não tenhas medo, por favor. – Pediu Mikhael, enquanto fez o seu rosto voltar ao normal.

Joan: Que tipo de monstro és tu?

Seth: Monstro?! – As palavras que Joan proferira, magoaram-no como uma faca no peito. Sua doce irmã olhara para ele completamente aterrorizada. E se assim era, como olharia para ele sua amada Anastacia. - Não há muito que te possa dizer para te fazer entender, sem as tuas memórias talvez não compreendas, mas posso dizer-te que não foi um acto teu. O que hoje sou é fruto da minha sede de vingança. – E com a rapidez de um piscar de olhos, Mikhael desapareceu.

Joan: Mikhael, Mikhael?! “O príncipe revoltado jurou que na sua morte estaria a vingança para todos os que cometiam aquele crime hediondo.”