A sessão fotográfica (T1 Ep.5-8)
Olhou
em redor. Espreitou pela porta do seu quarto. Ouviu atentamente. A casa parecia
não ter mais ninguém além de nós as duas, tal como suspeitava. Uma vez mais
pegou no diário e voltou a guardá-lo, mas desta vez na primeira gaveta da sua
mesa-de-cabeceira. Agarrou na máquina fotográfica e regressou ao sótão.
Joan:
Aqui está ela. Vamos a isto!
Com
a máquina fotográfica colocada no tripé e ligada ao computador, começamos, então,
a sessão fotográfica. A cada flash, a cada mudança de decoração, mais uma foto
para o nosso catálogo.
Facto
era que algo de incomum se estava a passar, eu não conseguia deixar de pensar
no diário da Joan, sentia como um sussurro ao ouvido, como se me chamasse. Os
flashes pareciam quebrar o encantamento e trazer-me de volta à realidade. Mas
eu não era a única com o pensamento no diário. A Joan estava intrigada com o
que se passou, embora soubesse que estávamos sozinhas, não queria correr o
risco que alguém lá de casa encontrasse o diário. Desconhecia e temia o como e
o quanto poderiam ser afectados pelos conhecimentos revelados naquelas páginas.
E faria como a sua avó a alertou, manter o seu segredo, aprendendo um pouco
mais todos os dias sobre si, sobre o seu passado.
Enquanto
escolhíamos as melhores fotografias para o catálogo, a Joan aproveitou o
momento para falar novamente nas redes sociais. Ela é uma grande fã, adora a
ideia de podermos estar em constante contacto com a família, os amigos e o
mundo apenas através de um clique!
Joan:
Podíamos aproveitar estas fotos para começarmos a divulgação da marca pelas
redes sociais, o que dizes?
Rose:
Nas redes sociais?! Hum… A Sofie era ideal para trabalhar essa parte,
tecnologia é com ela… - Estávamos nesta aventura ocultando partes do que
realmente era o nosso trabalho de verão, aceitando o risco, receando que a
verdade sobre este lhes arruinasse os planos de verão.
Joan:
Pois, mas ela está a trabalhar com a mãe!
Rose:
E se lhe pedíssemos ajuda?! Contratávamo-la.
Joan:
Não ia aceitar que lhe pagássemos… A não ser que não seja para nós a ajuda!
Rose:
A não ser… Tens toda a razão, fazemos os esboços do que queremos e pedimos-lhe
um orçamento.
Joan:
Usamos o logótipo que desenhaste para o material de decoração como imagem
oficial, certo?
Rose:
Claro. Podíamos, também, começar a usar o logótipo em tudo o que é oficial da
marca. Não só nas decorações, como nos sacos, nas etiquetas para as peças, etc…
Joan:
Sim, sim! É uma excelente ideia. Eu trato dessa parte. Vou procurar
fornecedores de etiquetas. Ah, e temos de criar arquivos, para ficarmos com uma
cópia do que criarmos, tornar tudo super profissional.
Rose:
Uau, olha para nós. O que já conseguimos até agora é incrível. Isto é muito
divertido. É o melhor trabalho de verão de sempre.
Joan:
Pois é, é divertido sim, mas estou com fome! Que me dizes, ficarmos por aqui
hoje e fazermos um lanchinho antes de ires embora? – Não era apenas fome,
receava a magia que envolvia o seu diário. Ninguém o tirara da gaveta, era
magia, a sua magia, estava agora certa disso.
Rose:
Está bem! Pode ser!
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