Um passo na tua direção (T1 Ep.5-5)
Dei
uma pequena arrumação nos desenhos que deixei em cima da secretária e desci até
ao meu quarto. Peguei na minha mala e saí em direcção à paragem de autocarro.
Em menos de meia hora já me encontrava na loja de impressões.
Rose:
Uau! São muitas caixinhas.
Joan:
Desculpa! Não pensei que já tivesse chegado todo o material que pedi.
Rose:
Não faz mal. Olha, aproveitamos para lanchar, o que dizes?
Joan:
Sim, pode ser.
Rose:
Quando vinha pelo caminho da praia, vi um novo espaço, KoffyBreak, conheces?
Joan:
Não, não conheço. Onde fica?
Rose:
Fica na rua ao lado da Biblioteca, no caminho que leva à rotunda da praia.
Joan:
Hum… Não sabia! Boa, vamos lá então. Saíste ao pé da praia?
Rose:
Sim! Fui pedir as chaves do carro ao Charlie. Deixamos lá o material, lanchamos
nas calmas, para fazer tempo até ele sair e depois o Charlie leva-nos para casa.
Joan:
Ah, ok! Ele sai agora à tarde, pois é. Está bem, então.
Com
as encomendas do material decorativo em mãos seguimos viagem. Estávamos bem carregadas
e eu estava particularmente ansiosa por ver como ficara o logótipo nos objectos
que a Joan escolhera para decorar a nossa banca de vendas no Festival de Verão.
Joan:
Hum… Rose, ontem o que é que se passou?
Rose:
Como assim? – Perguntei com uma pequena esperança que ela não mencionasse o
Ryan. Quando uma ferida está aberta se lhe continuares a mexer ela permanecerá
aberta. Nós eramos amigos, bons amigos. Eu o magoei com a minha rejeição e ele
se afastou. É claro que isso é triste. Fico triste pelo modo como as coisas terminaram
entre nós. Por que isto é tão difícil de entender?!
Joan:
Vá lá. Ficaste aborrecida por ver o Ryan com a Johana?
Rose:
Não, apenas surpreendida. Eu, simplesmente, não sabia que o Ryan estava tão
próximo da Johana.
Joan:
Nós temo-los visto em quase todos os treinos no campo de basquete.
Rose:
Sim, eu sei. Mas não os tinha visto assim tão cúmplices como ontem. Fiquei admirada,
só isso!
Joan:
Ele ficou magoado com a tua rejeição, a Johana tem um fraquinho por ele desde o
quinto ano, viu uma oportunidade e aproveitou.
Rose:
Não pensei que ficasse tão magoado ao ponto de me excluir de vez! Quando
conversamos pensei que compreendia. Fico triste por isso e por se ter afastado
de vocês também.
Joan:
É normal que passe mais tempo com a Johana e os seus amigos mais próximos. Eles
são um casal agora.
Rose:
Não sei porquê, mas a vida por vezes tem uma forma estranha de tomar o seu
rumo.
Joan:
Bota estranheza nisso! E acho que cada vez fica mais estranho.
Rose:
Referes-te a mim ou sabes mais do que queres contar?!
Joan:
Não, não! Estava-me a lembrar de outras situações.
Rose:
Queres partilhar?
Joan:
Hum… Não sei se acreditarias em mim.
Rose:
O quê?! Não acredito que acabaste de colocar a tua credibilidade em dúvida.
Joan:
Acreditas no sobrenatural?
Rose:
Em fantasmas e assim? Não, nem por isso!
Joan:
E em bruxas… - E quando, finalmente, a Joan parecia que se ia abrir comigo o
meu irmão Charlie aparece de rompante interrompendo o que ela ia dizer.
Charlie:
Olá meninas!
Rose
e Joan: Ah!
Rose:
Que susto pá! – Não o esperávamos de todo. Entretidas na conversa nem demos
pela sua aproximação. E ele pregou-nos cá um susto… Talvez ambas tenhamos
sentido o mesmo receio, por motivos diferentes. Qual a parte da conversa tinha
o Charlie ouvido? – Já estás despachado?
Charlie:
Sim, vamos para cima?
Joan:
A Rose estava a falar de um sítio novo para lancharmos…
Charlie:
Bora lá, então, meninas! – Nem deixou a Joan acabar a frase, pois quando se
trata de comer, o Charlie, alinha. – A praia deixa-me cheio de fome.
Rose:
E quando é que tu não estás com fome…
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