Guiada por um sonho (T1 Ep.4-6)

 Enquanto eu regressava ao quarto a Joan, na sua vespa, seguiu para casa da sua avó.
Joan procurava resposta, mas não era a única. Elizabeth mantinha a sua obsessão com as semelhanças entre Joan e Stella, tanto que desde aquela tarde no bar da escola, fazia os possíveis para conhecer um pouco mais da rotina de Joan, vigiando-a de perto. Queria tirar a limpo se ambas eram a mesma pessoa. Pode parecer impossível, contudo, Elizabeth sabia melhor.
Ao chegar a casa da avó Beatrice, Joan estacionou junto da garagem e encaminhou-se para o cemitério da família. Onde sem receios entrou de imediato no Mausoléu.
E tal como no seu sonho dirigiu-se ao sepulcro, que se encontrava selado agora. Ali jazia a matriarca que mandara construir todo este edifício, não só o Mausoléu, como também a Biblioteca Ancestral que se encontraria oculta debaixo deste. Procurou pela pedra giratória, rodou para um lado, depois para o outro e novamente para o outro. Sentindo-se a ser guiada pelo seu sonho afastou-se enquanto observava o sepulcro deslizar para o lado, dando abertura para umas escadas, que levavam a um piso inferior. Seguiu escada abaixo, a luz no tecto acendeu sozinha e tal com esperava deparou-se com uma sala redonda revestida de estantes, cheias de livros.
Sabia o que tinha de fazer a seguir e quanto mais se aproximava daquele lugar, mais queria desvendar. Estava apavorada e ao mesmo tempo ansiosa. Tinha de ver a Biblioteca Ancestral, precisava saber os seus segredos, queria voltar a ter o domínio sobre si mesma e nada mais lhe passava pelo pensamento além do título do livro que seria a chave para ela entrar no salão, “A Verdade te libertará”. Olhou para a sua esquerda e com um movimento leve da sua mão puxou pelo livro. A estante deslocou-se para a frente e depois deslizou para o lado revelando à Joan um espaço enormíssimo. Uma decoração tão antiga como a época dos relatos da sua avó.
Joan: Como?! Eu… eu… Não posso acreditar no que os meus olhos vêem. O que sou eu?!
Estava incrédula com o que se apresentava diante de si, não só pela impossibilidade de tal espaço existir como também pelo facto de o ter encontrado seguindo cada passo previsto nos seus sonhos. Se este sonho era parte da sua realidade, “teria ela de facto lançado um encantamento sobre si? Simbolizariam os antigos inquisidores, que a perseguiram, a ela e a mim, Rose, ou como ela me chamou no seu sonho Katarina, que possuiríamos algum tipo de poder?”
O horror com que sonhara não poderia ser real, porém, o medo que insurgia na dúvida a fazia ver mais além do que conhecia. Porque seria ela perseguida? Porque alguém me desejara tanto mal? Seria isto real?! Estaria ela a viver uma nova vida, experienciando cada memória da sua vida passada?!
Joan: Oh meu Deus, não o permitas! – Disse para si mesma temendo o meu destino. – Será a Rose como eu? Se for ela não suportara a dor destas memórias…

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