A Verdadeira Origem (T1 Ep.4-9)
Joan:
Avó! Agora sei o segredo que guarda o Mausoléu… É incrível a magia daquele
lugar. Veja o que encontrei!
Sra.
Beatrice: Oh minha querida, encontraste o teu livro de feitiços!
Joan:
A nossa família é descendente dos guerreiros espirituais, somos verdadeiras
bruxas.
Sra.
Beatrice: Acho que chegou a hora de saberes a tua verdadeira origem... Vem,
senta-te junto da avó. – A Joan aproximou-se, pousou os livros no sofá e, na
carpete, se sentou esperando ouvir o que a avó lhe tinha para contar. – Há mais
de um milénio, num antigo reino, havia uma família adorada por todos. Esta
família possuía o dom para manter o equilíbrio entre a natureza e todas as suas
criaturas, através de capacidades espirituais. Durante anos o reino prosperou
sob a sua protecção, mas a inveja da sua riqueza insurgiu um grupo, que se autoproclamavam
os inquisidores. Este grupo vez sua missão capturar todos os elementos do reino
que possuíssem tais capacidades. Numa noite trágica, invadiram o castelo, conseguindo
capturar o príncipe e a princesa. A irmã do príncipe, a infanta Rebecca,
conseguiu fugir pelos túneis do calabouço. Antes de deixarem o castelo, os
guerreiros que acompanhavam a infanta, ajudaram-na a realizar um ritual,
abdicando do seu poder para que esta mantivesse vivo todos os seus espíritos,
juntamente com a história e sabedoria do seu povo. Poucos foram os que
conseguiram fugir do castelo, mas durante séculos continuaram a ser perseguidos
e muitos inocentes foram executados durante as buscas dos inquisidores.
Joan:
E o que aconteceu ao príncipe e à princesa?
Sra.
Beatrice: Ao serem capturados, a magia do príncipe não teve hipótese contra os
instrumentos dos inquisidores, estavam muito bem preparados, sabiam que este
povo vivia sobre o princípio de que a vida é sagrada e ninguém tem o direito de
a tirar, Deus a deu e só Deus a pode tomar de volta, como tal, toda a
resistência que os guerreiros espirituais oferecem-se nunca se compararia à
maldade relevada por estes inquisidores. A princesa, sem nenhuma capacidade
especial, para além da sua bondade e generosidade, ficou completamente à sua
mercê. Queimaram-na viva como exemplo para os restantes que se mantinham
escondidos, enquanto obrigaram o príncipe a assistir. Este revoltado, jurou que
na sua morte estaria a vingança para todos os que cometiam aquele crime
hediondo.
Joan:
Oh, meu Deus, que tragédia! O que aconteceu com Rebecca? – Ao fazer esta
pergunta, Joan, lembra-se do homem que há instantes a chamara de Rebecca. –
Avó! Eu… Eu sou a infanta? Eu sou a irmã do príncipe, Rebecca?!
Sra.
Beatrice: Sim, minha querida! Os guerreiros abdicaram da sua magia para que tu sobrevivesses
e assim, através da continuidade do teu espírito na Terra teriam a sua vitória.
Fazendo a sua luz, grandeza e sabedoria, reinar neste mundo através de ti. O
ritual que realizaste naquela noite, manterá o teu espírito vivo e quando o
ciclo solar coincidir com o ciclo lunar da tua encarnação, surgirá a tua
reencarnação.
Joan:
Luz, grandeza e sabedoria, como a minha flor preferida! – Dando-se conta de
toda a tristeza que envolve a sua história, uma melancolia a invade e com os
olhos em lágrimas pergunta. - Avó, quem é o senhor que repõe as flores na
entrada do Mausoléu da nossa família?
Sra.
Beatrice: Oh, minha querida, já começas a perceber. Esta dádiva acarreta um
peso tão grande… Pronto minha querida. – Disse enxugando uma das lágrimas de
Joan. – Ele não consegue ficar longe, desde que te sentiu de regresso, que vem
cá tratar das tuas flores, sempre na esperança de te ver.
Joan:
Mikhael?! Como é possível!
Sra.
Beatrice: A Avó adoraria contar-te toda a história, é tão trágica como
incrível, cheia de exemplos de perseverança, contudo, terás, por ti própria, de
a descobrir. Terás de ser tu a recuperar as tuas memórias. Muito mais há a
contar, será um processo difícil, muitas emoções para assimilares, com a tua
sabedoria conseguirás ultrapassar este período que se avizinha. E sempre que
precisares a avó estará aqui para ti!
Comentários
Enviar um comentário