Vejo duas partes de ti (T1 Ep.4-10)

Terça-feira, 18 de Junho
Depois de uma tarde, preocupada com a Joan, estava ansiosa por a ver hoje. Tinha esperança que depois do assunto tão importante que teve para resolver ontem, me pudesse contar o que se passava, mas em vão.
Apesar de uma certa tristeza no seu olhar estava com um ar mais relaxado, parecia mais tranquila, porém, ainda assim não se abriu comigo.
Tal como tínhamos combinado, passamos a manhã na Biblioteca Municipal fazendo pesquisas e tirando notas sobre negócios semelhantes ao que pretendíamos, a evolução histórica do sector têxtil, bem como leis e pequenas noções de marketing.
Foi cansativo, todavia, compensador. Havia muita informação, inclusive livros com relatos de casos de sucesso, isso é muito importante para termos a noção do esforço, trabalho e dedicação necessários para atingirmos os nosso objectivos.
Tiramos, desta pesquisa, dicas importantes dos próximos passos que teríamos de fazer, mas com tanta informação que estávamos a adquirir era importante estarmos as duas sincronizadas e como não podia deixar de sentir que a Joan me escondia algo, não me conseguia concentrar a cem por cento. Não era mera curiosidade que sentia, estava preocupada com ela. Em tão pouco tempo a Joan mudara tanto. Não via mais a menina delicada, que tanto gostava de falar nos seus acessórios, nas suas descobertas de dicas para indumentárias, maquiagem, manicure… Estava diferente e não me restavam dúvidas. Estava mais convicta, mais senhora de si, mais mulher. Talvez o peso da história que a avó lhe passava a cada visita a fazia crescer cada dia um pouco mais, talvez! Mas porque teria ela aquela tristeza no olhar?!
Rose: Já tenho duas encomendas prontas, como queres fazer? Passas logo lá por casa? Ou preferes que eu entregue?
Joan: Estava a pensar que depois do almoço seguíamos para tua casa. Para trabalharmos nas peças juntas.
Rose: Boa! Pode ser, claro que sim. Olha, já tenho o horário semanal pronto, dá uma vista de olhos e diz-me o que achas.
Joan: Os treinos de manhã, boa.
Rose: Já que o Charlie vai de manhã para a praia, aproveitamos a boleia.
Joan: Sim, claro! Assim podemos aproveitar um pouco mais de praia também. Para mim está óptimo. O que achas de em vez de começarmos à uma da tarde, começarmos à uma e meia e “encerrávamos o expediente” às quatro e meia em vez de ser às quatro da tarde.
Rose: Uma hora e meia de almoço, muito bom.
Joan: Olha para nós, todas profissionais, adoro!
O brilho da Joan estava de volta e o seu entusiamo era cativante. Tanto que por momentos me fez esquecer as suspeitas de que me escondia algo. De um certo modo parecia a velha Joan, com os mesmos objectivos como quando me incentivou a dar início a este projecto.
Reunimos todo o material da nossa pesquisa e seguimos para minha casa, esperava-nos uma tarde cheia de trabalho. Com o almoço repúnhamos as energias, na brincadeira com o Kat descomprimíamos e depois mãos à obra. A Joan tratou das encomendas, colocando tudo na nossa nova agenda e eu do fabrico das peças.


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