À saída do Mausoléu da Família da Joan (T1 Ep.4-8)

  À medida que deixava cada divisão, as entradas atrás de si fechavam-se. Parou por uns segundos junto do sepulcro observando-o deslizar para a sua posição original, cobrindo por completo as escadas de acesso ao piso inferior.
Joan: A magia deste lugar é incrível! – Disse maravilhada com todo o conhecimento que adquirida neste espaço. – A avó falou sobre a Guardiã do Mausoléu, tal como ambos os livros referenciaram… A Escolhida pela Grande Bruxa Branca! Eu vi-a… Eu… Ai! – De cada vez que forçava as suas memórias uma forte dor de cabeça a fazia relembrar da inscrição presente na folha de rosto do diário. “Com pressa no alento, a memória não tento. A verdade se revela quando luto por ela.” – Tudo a seu tempo. Muito bem, então! – Disse para si num tom baixo compreendendo a instrução lhe dada.
Joan nunca se sentira tão fraca e tão forte ao mesmo tempo antes. O seu espirito estava mais vivo do que nunca, o brilho no seu olhar era intenso, mas o cansaço tornava o seu corpo pesado. A sua vontade era de correr até à mansão, porém os seus movimentos não desenvolviam com a mesma rapidez do seu pensamento. Estava ansiosa, um tanto ao quanto desejosa de encontrar a avó e contar-lhe tudo. Então, devagar dirigiu-se para a porta, contemplando os livros em mãos, imaginando vários cenários possíveis com as teorias que não se abstinham de aparecer umas atrás das outras.
Envolvida nos seus pensamentos e nas remotas possibilidades do que poderia fazer, com o domínio da capacidade que possuía, Joan, saiu do Mausoléu completamente alheia ao que se passava em seu redor, quando o susto provocado pela, inesperada, figura masculina que repunha as flores nos vasos à entrada deste vez a sua atenção dispersar da curiosidade que a consumia…
Joan: Ah! Peço desculpa senhor, assustei-me!
Seth: Rebecca?!
Joan: Não! O meu nome é Joan. Deve ter feito confusão senhor! Que flores tão lindas.
Seth: Crocus Sativus, a flor do Açafrão. Um símbolo de luz, grandeza e sabedoria.
Joan: Sim, eu sei! São as minhas preferidas. – O homem robusto sorriu com as suas palavras. A Joan corou um pouco. Ao cruzar o seu olhar com o dele, sentiu-se serena. Algo na sua expressão lhe era familiar, porém ela não o reconheceu. – Bem tenho de ir, até uma próxima. – E enquanto se afasta disse baixinho – Um momento nada embaraçoso!
Seth: – “És mesmo tu, minha querida irmã e em breve te lembrarás!” – Pensa enquanto observa Joan a afastar-se, convicto de que esta e Rebecca, sua irmã, são a mesma pessoa.
No entretanto, Elizabeth, que seguiu Joan até às terras da sua avó, escondida entre os olivais, a viu entrar no Mausoléu e pacientemente esperava vê-la sair, ao observar esta junto ao homem imponente, que num tom afectuoso pronunciava o seu nome, ganha a certeza de que Joan e Stella são a mesma pessoa. Mas algo mais estava por ser descoberto. Das notórias capacidades de Elizabeth, como a sua audição e o alcance nítido a grandes distâncias da sua visão, permitiram-lhe não só ouvir a conversa entre ambos como reconhecer, sem qualquer dúvida o rosto de Mikhael…
Elizabeth: Rebecca?! Hum… Quantas vidas viveste tu Joan?! Não reconheces o teu próprio irmão! Foi preciso quase meio milénio para encontrar uma bruxa da tua descendência, mas cá estamos nós. E sem memórias… Stella, minha cara Stella, poderia isto ser mais fácil.

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